O que expressa presente?

O que será que o presente realmente é? Essa pergunta, gente, me persegue! Às vezes sinto que ele escorre pelos dedos, sabe? Um rio rápido demais, cheio de coisas acontecendo, um turbilhão de emoções. Aquele agora que a gramática tenta engavetar, com seus “indicativo” e “subjuntivo”… Como se fosse tão simples! Como se a gente pudesse capturar a essência fugaz de um instante com rótulos.

O presente, para mim, é a loucura deliciosa daquela vez que minha filha aprendeu a andar de bicicleta. Lembro-me do medo dela, dos olhinhos brilhantes, a concentração toda… E, de repente, ela estava pedalando! Um presente puro, intenso, que me encheu de uma alegria tão grande que quase me fez chorar. Isso era o indicativo? Ou um conjuntivo de esperança que finalmente se realizou? Sei lá, né? Detalhes gramaticais parecem irrelevantes perto de momentos como esse.

Outras vezes, o presente é um peso, uma angústia. Tipo quando estou atolada em trabalho, com mil coisas na cabeça, e a sensação de que o tempo está a escapar, um presente que me esmaga. Será que eu estou vivendo de verdade esses momentos? Ou só estou sobrevivendo neles? Aí, sim, penso em “possibilidades atuais”, no subjuntivo da esperança de um descanso, de um momento de paz. Um desejo, quase uma oração silenciosa.

Eu li, sei lá, em algum lugar, que 80% das pessoas dizem não estar plenamente presentes no momento, tipo, alienadas. Será mesmo? Parece muito, né? Mas faz sentido. Quantos de nós ficamos presos ao passado ou preocupados demais com o futuro, perdendo o presente, a única coisa que realmente temos? E essa coisa de “agora factual ou hipotético”… Ah, meu Deus, que abstração! O presente é um amontoado de ambos. É o café morninho que eu estou bebendo agora, mas também a ideia hipotética do café perfeito que eu ainda não consegui fazer.

Enfim, acho que o presente é mais complicado do que a gramática deixa transparecer. É um paradoxo, uma mistura de concreto e abstrato, de alegria e angústia. E, se eu sou sincera, um mistério que eu ainda estou tentando decifrar, dia após dia.