O que é determinante e exemplos?

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O determinante é uma classe de palavras que antecede o substantivo, delimitando-o e especificando-o dentro de um contexto. Sua função é indicar com precisão a que substantivo se refere, como em o livro (específico), esta casa (demonstrativa), alguns livros (indefinido) ou meu livro (possessivo), conferindo clareza e exatidão à comunicação.

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Além da Definição: Explorando a Nuance dos Determinantes na Língua Portuguesa

O determinante, frequentemente apresentado como a classe de palavras que antecede o substantivo, delimitando e especificando-o, merece uma análise mais profunda que vai além de sua definição básica. Sim, ele especifica o substantivo – “o livro”, “essa casa”, “alguns carros” – mas sua função na construção do sentido de uma frase é muito mais rica e sutil do que se pode inicialmente imaginar. Vamos explorar essa riqueza, olhando além dos exemplos canônicos.

A definição tradicional, como “a palavra que antecede o substantivo”, é útil como ponto de partida, mas pode ser enganosa. Nem toda palavra que antecede um substantivo é um determinante. Considere a frase: “Livro bom”. “Livro” aqui é substantivo, “bom” é adjetivo. Não há determinante. A presença ou ausência de um determinante pode mudar completamente a interpretação da frase. Compare: “Um livro bom” (existe um livro bom específico) com “Livro bom” (livros bons em geral, como uma ideia abstrata).

A função principal do determinante é, de fato, especificar e quantificar o substantivo, contextualizando-o de diversas maneiras. Podemos classificá-los em diferentes categorias, expandindo a compreensão além dos exemplos clássicos:

  • Determinantes Definidos: Indicam um substantivo específico e conhecido pelo emissor e receptor da mensagem. Aqui, subcategorias merecem destaque:

    • Artigos: o, a, os, as (definidos) e um, uma, uns, umas (indefinidos, mas discutiremos isso adiante). A distinção entre definido e indefinido é crucial. “O livro” pressupõe que tanto o falante quanto o ouvinte sabem qual livro está sendo discutido. Já “um livro” introduz um livro novo na conversa.

    • Demonstrativos: este, esse, aquele, esta, essa, aquela, estes, esses, aqueles, estas, essas, aquelas. Indicam proximidade ou distância espacial ou temporal em relação ao falante e ao ouvinte.

    • Possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu (este último com ambiguidade, podendo ser possessivo ou demonstrativo dependendo do contexto). Expressam posse ou pertencimento.

  • Determinantes Indefinidos: Referem-se a substantivos de forma vaga ou imprecisa:

    • Quantitativos: alguns, muitos, poucos, vários, todos, nenhum, etc. Indicam quantidade, mas não de forma precisa.

    • Numerais: dois, três, quatro… Apesar da precisão numérica, atuam como determinantes, delimitando o substantivo.

    • Pronomes Indefinidos: alguém, ninguém, outrem, cada, etc. Referem-se a substantivos de forma imprecisa, frequentemente indicando pessoas ou coisas não especificadas.

  • Determinantes Interrogativos: Usados em perguntas: que, qual, quanto, quanta. Procuram obter informações sobre o substantivo.

A interação entre os determinantes e o contexto é crucial para a compreensão. Uma mesma palavra pode atuar como determinante ou como pronome, dependendo da frase: “Esse é bonito” (pronome) vs. “Esse livro é bonito” (determinante).

Em resumo, os determinantes são mais do que simples palavras que antecedem substantivos; são peças-chave na construção de sentido, conferindo precisão, ambiguidade ou generalização a frases, dependendo da escolha lexical e do contexto em que são empregados. Sua compreensão profunda exige uma análise atenta da sua função contextual e da interação com outras classes gramaticais.