Qual a diferença entre sobrecomum e comum de dois?

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Substantivos uniformes englobam os comuns de dois gêneros (flexionam-se no artigo/adjetivo) e os sobrecomuns (forma única para ambos os gêneros). Distintamente, os epicenos (geralmente animais) exigem macho ou fêmea para especificar o sexo.

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A Distinção Sutil entre Substantivos Comuns de Dois e Sobrecomuns: Mais do que Apenas Gênero

A classificação dos substantivos quanto ao gênero – masculino, feminino ou ambos – pode parecer simples à primeira vista, mas esconde nuances interessantes na língua portuguesa. Frequentemente, a confusão reside entre substantivos comuns de dois gêneros e substantivos sobrecomuns. Embora ambos indiquem a possibilidade de se referir a homens e mulheres, suas características gramaticais os diferenciam significativamente. Este artigo visa esclarecer essa distinção, evitando redundâncias com informações já amplamente disponíveis na internet, focando em aspectos sutis e comparações menos exploradas.

A chave para entender a diferença está na flexão. Substantivos comuns de dois gêneros apresentam uma forma única para o substantivo, mas a concordância em gênero se manifesta através do artigo ou de adjetivos que o acompanham. Ou seja, o substantivo em si não muda, a indicação de gênero é feita por palavras relacionadas.

Exemplo:

  • A/O artista é talentoso. (O artigo define o gênero)
  • A artista é talentosa. (O adjetivo concorda com o gênero)
  • O estudante é aplicado.
  • A estudante é aplicada.

Já os substantivos sobrecomuns apresentam uma única forma para ambos os gêneros, sem a necessidade de artigos ou adjetivos para indicar a distinção. A flexão, portanto, é ausente em relação ao gênero. A identificação do sexo é inferida exclusivamente pelo contexto ou por informações adicionais.

Exemplo:

  • A criança é muito sapeca. (O gênero só é definido pelo contexto)
  • A criatura olhou para mim com espanto. (Mais uma vez, o gênero é inferido pelo contexto)
  • A testemunha prestou depoimento. (O gênero da testemunha depende do contexto)

É importante notar que a diferenciação entre comum de dois e sobrecomum não é arbitrária. Enquanto os comuns de dois permitem a flexão nominal por meio de adjetivos e artigos, os sobrecomuns demonstram uma invariabilidade de forma, sendo o gênero exclusivamente determinado pelo contexto. Essa distinção é crucial para garantir a precisão gramatical e evitar ambiguidades.

Para reforçar o contraste, convém mencionar os substantivos epicenos. Estes, frequentemente usados para designar animais, possuem uma única forma, mas a especificação do sexo é feita por meio de adjetivos ou expressões como “macho” ou “fêmea”: “a onça macho”, “a onça fêmea”. Ao contrário dos sobrecomuns, nos epicenos, a indicação do sexo é obrigatória para a clareza.

Em suma, a distinção entre comum de dois e sobrecomum reside na dependência ou não da flexão de gênero para indicar o sexo. A compreensão dessa diferença é fundamental para o domínio da língua portuguesa e para uma escrita precisa e correta. A análise contextual, combinada ao conhecimento da classificação gramatical, é essencial para o uso adequado desses substantivos e a eliminação de possíveis ambiguidades.