Como ajudar na DISORtOGrAFIA?

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A disortografia requer reeducação das habilidades fonológicas e visuo-espaciais, com ênfase no processamento fonológico. O objetivo é treinar e aprimorar essas competências.

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Além da Correção: Um Guia Prático para Ajudar Alguém com Disortografia

A disortografia, um transtorno de aprendizagem que afeta a escrita, muitas vezes se manifesta como erros ortográficos frequentes e persistentes, mesmo após o ensino adequado das regras gramaticais. Diferente de simples dificuldades de escrita, a disortografia envolve um déficit no processamento da linguagem, impactando a capacidade de codificar fonemas (sons da fala) em grafemas (letras). Por isso, a ajuda a alguém com disortografia vai muito além da simples correção de erros; requer uma abordagem multifacetada e paciente, focada na reabilitação das habilidades cognitivas subjacentes.

Entendendo as Dificuldades:

Antes de qualquer intervenção, é crucial compreender que a disortografia não é preguiça ou falta de esforço. A pessoa com disortografia se esforça, mas enfrenta dificuldades reais no processamento da informação linguística. Os erros não são aleatórios; frequentemente, padrões se repetem, revelando a natureza específica da dificuldade. Alguns erros comuns incluem:

  • Troca de letras similares graficamente: “casa” por “capa”, “bate” por “bateu”.
  • Inversão de sílabas ou letras: “sol” por “los”, “flor” por “frol”.
  • Omissão ou adição de letras: “gato” por “gao” ou “gatoo”.
  • Dificuldades com acentuação e pontuação: omissão de acentos, uso incorreto de vírgulas.

Estratégias de Apoio:

A abordagem ideal para ajudar alguém com disortografia é multidisciplinar, envolvendo, idealmente, psicopedagogo, fonoaudiólogo e professor. No entanto, familiares e educadores podem contribuir significativamente com estratégias práticas:

  • Foco no Processamento Fonológico: Atividades que trabalham a consciência fonológica são essenciais. Isso inclui:
    • Segmentação de palavras em sílabas: Dividir palavras oralmente em partes menores.
    • Rima e aliteração: Brincadeiras que exploram a sonoridade das palavras.
    • Identificação de fonemas iniciais, finais e medianos: Exercícios para reconhecer os sons que compõem as palavras.
  • Integração Visuo-espacial: Atividades que combinam visão e espaço podem auxiliar:
    • Cópias de textos curtos e com letra cursiva: Desenvolve a coordenação motora fina e a percepção espacial.
    • Desenho e atividades manuais: Estimulam a coordenação e a organização espacial.
  • Tecnologias Assistivas: Programas de correção ortográfica, softwares de ditado e teclados adaptados podem facilitar a escrita.
  • Ambiente Positivo e Estimulante: Evite comparações com outras pessoas e foque nos progressos, por menores que sejam. Celebre as conquistas e ofereça apoio constante.
  • Paciência e Persistência: A reeducação leva tempo e requer muita prática. A consistência é fundamental para o sucesso.

Recursos Adicionais:

Procure por profissionais especializados em disortografia para um diagnóstico preciso e um plano de intervenção personalizado. Associações e instituições voltadas para transtornos de aprendizagem também oferecem apoio e informações relevantes.

Conclusão:

A disortografia exige uma abordagem compreensiva e paciente. Ao entender as dificuldades inerentes ao transtorno e aplicar estratégias adequadas, é possível auxiliar a pessoa a desenvolver suas habilidades de escrita e alcançar seu pleno potencial. Lembre-se: o objetivo não é apenas corrigir erros, mas fortalecer as habilidades cognitivas que fundamentam a escrita. Com apoio e dedicação, é possível superar os desafios e promover o desenvolvimento da escrita de forma significativa.