Como combater a disortografia?

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A disortografia requer intervenção especializada. Um terapeuta da aprendizagem desenvolve um plano individualizado, incluindo exercícios que aprimoram a consciência fonológica, a percepção visual-espacial e o processamento auditivo da linguagem, visando a melhoria da escrita. O sucesso depende da abordagem multifacetada e da persistência.

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Lidando com a Disortografia: Um Caminho para a Fluência na Escrita

A disortografia, um transtorno de aprendizagem que afeta a habilidade de escrever corretamente, pode ser um desafio significativo para crianças e adultos. A boa notícia é que, com a abordagem certa, é possível obter progressos substanciais e melhorar significativamente a escrita. Contrariamente à crença popular, a disortografia não é apenas uma questão de falta de atenção ou preguiça; trata-se de uma dificuldade neurológica que impacta o processamento da linguagem escrita. Portanto, a abordagem deve ser multifacetada e individualizada.

Ao contrário de simples erros ortográficos ocasionais, a disortografia se caracteriza por dificuldades persistentes na ortografia, mesmo após anos de instrução e prática. Essas dificuldades podem manifestar-se de diversas formas, desde inversões de letras (como “b” e “d”) e omissão de letras ou sílabas, até à substituição de letras por outras fonéticamente semelhantes. A gravidade da disortografia varia de pessoa para pessoa, impactando a escrita em diferentes graus.

Como combater a disortografia? Não existe uma solução mágica, mas sim um caminho que requer paciência, persistência e, principalmente, uma abordagem profissional e personalizada. O primeiro passo crucial é o diagnóstico, realizado preferencialmente por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir psicopedagogos, neuropsicólogos e fonoaudiólogos. Um diagnóstico preciso permite identificar as áreas específicas de dificuldade e orientar a intervenção de forma mais eficaz.

Após o diagnóstico, a intervenção deve ser focada em fortalecer as habilidades cognitivas subjacentes à escrita. Essa intervenção geralmente inclui:

  • Treinamento da Consciência Fonológica: Atividades que promovem a percepção dos sons da fala, como rimas, segmentação de palavras em sílabas e fonemas, e identificação de sons iniciais e finais. Estas atividades ajudam a construir a base para a compreensão da relação entre sons e letras.

  • Melhoria da Percepção Visual-Espacial: Exercícios que visam aprimorar a capacidade de perceber e processar informações visuais, como copiar desenhos, identificar diferenças entre figuras e trabalhar com jogos de encaixe. Isso é crucial para a percepção correta da forma das letras e sua organização na escrita.

  • Aprimoramento do Processamento Auditivo da Linguagem: Atividades que focam na discriminação e memorização de sequências de sons, como ditados, repetição de palavras e frases, e identificação de palavras com sons semelhantes. Um bom processamento auditivo é fundamental para a transcrição da fala para a escrita.

  • Uso de Ferramentas Tecnológicas: Programas de computador e aplicativos específicos para disortografia podem auxiliar no processo de aprendizagem, oferecendo feedback imediato e adaptando-se ao ritmo individual do aluno.

  • Estratégias Compensatórias: Aprender a usar dicionários, corretores ortográficos e outras ferramentas que auxiliem na escrita correta é uma estratégia fundamental para lidar com as dificuldades ortográficas no dia a dia.

  • Estímulo à Leitura: A leitura regular e diversificada expande o vocabulário e familiariza o indivíduo com a ortografia de diferentes palavras, contribuindo para a internalização das regras ortográficas.

A importância da equipe multidisciplinar e da família: O sucesso no tratamento da disortografia depende de um trabalho conjunto entre o profissional especializado, a escola e a família. A família desempenha um papel crucial no apoio emocional e na criação de um ambiente estimulante para a aprendizagem, reforçando as estratégias aprendidas em terapia.

Concluindo, combater a disortografia requer um esforço consistente e uma abordagem individualizada, centrada no fortalecimento das habilidades cognitivas e no uso de estratégias compensatórias. Com a ajuda de profissionais qualificados e o apoio da família, é possível alcançar progressos significativos e melhorar a fluência na escrita, garantindo maior independência e autoconfiança para o indivíduo.