Como se chama a língua de sinais?

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No Brasil, a língua de sinais chama-se Libras (Língua Brasileira de Sinais). Sua estrutura se originou a partir dos sinais utilizados pela comunidade surda e do trabalho pioneiro de Ernest Huet, que introduziu a educação de surdos baseada na visualidade.

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Libras: Muito Mais do que Sinais, uma Língua Completa

A comunicação é um pilar fundamental da humanidade, e a forma como nos expressamos molda nossas experiências e relações sociais. Enquanto a linguagem falada é predominante na maioria das culturas, existe um universo riquíssimo de comunicação visual, representado pelas línguas de sinais. No Brasil, essa forma expressiva tão singular e vibrante recebe o nome de Libras – Língua Brasileira de Sinais.

Contrariando a ideia equivocada de que Libras é apenas um conjunto de gestos, é crucial entender que se trata de uma língua completa, com sua própria gramática, sintaxe, semântica e lexicão. Sua estrutura complexa e organizada permite a expressão de ideias abstratas, nuances emocionais e todo o espectro da comunicação humana, com a mesma riqueza e precisão que as línguas orais.

A origem de Libras é uma fascinante mistura de influência e adaptação. Embora suas raízes estejam na rica tradição de comunicação gestual desenvolvida pelas próprias comunidades surdas brasileiras ao longo de décadas, a sistematização da língua deve-se, em grande parte, ao trabalho pioneiro do educador francês Ernest Huet. Na primeira metade do século XX, Huet introduziu no Brasil a pedagogia bilíngue para surdos, enfatizando a importância da língua de sinais como ferramenta primordial para o acesso à educação e ao desenvolvimento cognitivo. Sua metodologia, que privilegiou a visualidade e a interação em Libras, contribuiu significativamente para a formação da Libras como a conhecemos hoje.

No entanto, a história da Libras não se limita a um único nome ou a uma data específica. Ela é uma construção contínua, moldada pelas experiências, criatividades e necessidades da comunidade surda brasileira. Ao longo dos anos, a língua evoluiu organicamente, incorporando novas expressões, adaptando-se às mudanças culturais e tecnológicas e, mais importante, mantendo-se viva e vibrante, através da transmissão intergeracional e da resistência cultural.

Portanto, falar em Libras é muito mais do que apenas descrever sinais; é reconhecer uma língua rica e complexa, fundamental para a inclusão social e o desenvolvimento da comunidade surda brasileira. É celebrar a diversidade linguística e a força de uma cultura que, através de seus sinais, tece uma narrativa única e fundamental para a nossa sociedade. Entender e respeitar a Libras é compreender a importância da acessibilidade e da igualdade de oportunidades para todos.