Como se classificam as palavras derivadas é compostas?

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Palavras derivadas surgem de um radical acrescido de afixos (prefixos e sufixos), modificando seu significado ou classe gramatical. Já as palavras compostas resultam da junção de dois ou mais radicais, criando um novo vocábulo com significado próprio, diferente da simples soma dos significados das partes. Essa distinção é fundamental para a análise morfológica.

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Desvendando a Morfologia: Classificando Palavras Derivadas e Compostas sem Mistério

A língua portuguesa, em sua riqueza e complexidade, oferece diversas formas de construir palavras. Entender a diferença entre palavras derivadas e compostas é crucial para dominar a análise morfológica e a gramática da nossa língua. Embora a definição básica seja relativamente simples, as nuances e os diferentes tipos de cada categoria podem gerar dúvidas. Neste artigo, vamos explorar em profundidade a classificação dessas palavras, buscando clareza e precisão para evitar confusões comuns.

Palavras Derivadas: A Arte da Transformação

As palavras derivadas nascem a partir de um radical, a parte fundamental que carrega o significado original, ao qual adicionamos afixos. Esses afixos, que podem ser prefixos (antes do radical) ou sufixos (depois do radical), têm o poder de alterar o significado da palavra original ou até mesmo mudar sua classe gramatical.

  • Derivação Prefixal: Aqui, o segredo está na adição de um prefixo. Observe:

    • Feliz (radical) -> Infeliz (prefixo “in” adicionado)
    • Fazer (radical) -> Refazer (prefixo “re” adicionado)
    • Nesse tipo de derivação, a classe gramatical da palavra geralmente se mantém.
  • Derivação Sufixal: O sufixo entra em ação, modificando o sentido ou a classe gramatical. Exemplos:

    • Flor (radical) -> Florista (sufixo “ista” adicionado, mudando para substantivo)
    • Rápido (radical) -> Rapidamente (sufixo “mente” adicionado, transformando em advérbio)
    • Pedra (radical) -> Pedreira (sufixo “eira” adicionado, designando lugar)
  • Derivação Parassintética: Essa é onde a coisa fica interessante! Na derivação parassintética, a palavra recebe, simultaneamente, um prefixo e um sufixo. A remoção de um deles tornaria a palavra inexistente ou sem sentido na língua portuguesa.

    • Noite (radical) -> Anoitecer (prefixo “a” e sufixo “ecer” adicionados) – Se removermos o “a”, “noitecer” não existe. Se removermos o “ecer”, “anoite” também não.
    • Pobre (radical) -> Empobrecer (prefixo “em” e sufixo “ecer” adicionados)
  • Derivação Regressiva: Curiosamente, essa derivação “volta atrás”. Ocorre quando a palavra derivada é menor que a original, geralmente formando um substantivo a partir de um verbo.

    • Atacar (verbo) -> Ataque (substantivo)
    • Lutar (verbo) -> Luta (substantivo)
  • Derivação Imprópria: Aqui, a palavra não muda sua forma, mas sim sua classe gramatical, dependendo do contexto.

    • “O sim dele me alegrou.” (Substantivo, originalmente advérbio de afirmação)
    • “Ela tem um não na ponta da língua.” (Substantivo, originalmente advérbio de negação)

Palavras Compostas: A União Faz a Força (e o Significado)

As palavras compostas, como o nome sugere, são formadas pela junção de dois ou mais radicais, cada um com seu próprio significado. A combinação desses radicais cria um novo vocábulo com um sentido que, embora relacionado, é distinto da simples soma dos significados individuais.

  • Composição por Justaposição: Os radicais são unidos sem que haja alteração em sua forma. Muitas vezes, são ligados por um hífen, mas nem sempre.

    • Guarda + Roupa = Guarda-roupa
    • Passa + Tempo = Passatempo
    • Gira + Sol = Girassol
  • Composição por Aglutinação: Nesse caso, um ou mais radicais sofrem alterações em sua forma para facilitar a pronúncia ou a escrita.

    • Água + Ardente = Aguardente
    • Plano + Alto = Planalto
    • Vinho + Acre = Vinagre

A Linha Tênue e a Importância do Contexto

Em algumas situações, a distinção entre derivação e composição pode ser sutil. É fundamental analisar o contexto e a origem da palavra para determinar sua correta classificação. Por exemplo, a palavra “pontapé” pode parecer simples, mas a análise de sua formação revela a junção de “ponta” (do pé) e “pé”, caracterizando uma composição por aglutinação (perda de uma vogal).

Conclusão: Um Olhar Atento para a Morfologia

Dominar a classificação de palavras derivadas e compostas é essencial para aprofundar a compreensão da língua portuguesa e aprimorar a capacidade de análise textual. Ao compreender os processos de formação de palavras, você se torna um falante mais consciente e um leitor mais perspicaz, capaz de desvendar as nuances e a beleza da nossa rica e complexa língua. Lembre-se, a prática leva à perfeição. Quanto mais você se familiarizar com os diferentes tipos de derivação e composição, mais fácil será identificar e classificar as palavras em seus textos.