Como se fala bom dia para todos?

Além do “Bom dia a todos”: Inclusão e a construção de um ambiente respeitoso

A simples saudação “Bom dia a todos” é um hábito arraigado na nossa cultura. No entanto, em tempos de crescente conscientização sobre questões de gênero e inclusão, essa frase, embora corriqueira, pode passar despercebida como um microagressor, excluindo implicitamente as mulheres do grupo. A inclusão da palavra “todas” – resultando em “Bom dia a todos e todas!” – demonstra uma sensibilidade importante, transformando uma saudação trivial em um gesto de respeito e consideração.

Mas por que essa pequena alteração faz tanta diferença? A resposta reside na importância da linguagem como ferramenta de construção social. A língua que usamos não apenas transmite informações, mas também molda percepções e valores. Utilizar expressões que invisibilizam ou minimizam a participação feminina reforça, mesmo que inconscientemente, uma cultura de exclusão e desigualdade.

“Bom dia a todos e todas!” não se trata apenas de correção gramatical ou de uma demonstração de polidez superficial. É um ato político, um posicionamento consciente em favor de uma comunicação mais equitativa e representativa. Ao incluir explicitamente as mulheres na saudação, reconhecemos sua presença, sua importância e seu direito de serem vistas e ouvidas.

Essa prática se estende para além do âmbito profissional. Em reuniões familiares, encontros entre amigos, ou mesmo em conversas cotidianas, a inclusão da palavra “todas” demonstra um comprometimento com a construção de um ambiente mais acolhedor e respeitoso. É uma maneira simples, mas eficaz, de demonstrar empatia e solidariedade.

A mudança de hábito, por mais pequena que pareça, representa um passo significativo rumo a uma sociedade mais justa e inclusiva. Ao optar por “Bom dia a todos e todas!”, não estamos apenas saudando as pessoas, mas também reafirmando nosso compromisso com a igualdade de gênero e com a valorização de todas as vozes. É um pequeno gesto que pode gerar grandes mudanças na forma como interagimos e construímos relações. Por isso, a próxima vez que você se dirigir a um grupo, considere a força transformadora de um simples “e todas!”.