Como trabalhar com aluno com apraxia da fala?

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Para auxiliar o aluno com apraxia de fala, foque em atividades que promovam a produção precisa de sons, sílabas, palavras e frases. A terapia fonoaudiológica frequente e intensa é essencial, devendo ser integrada à rotina escolar e familiar para melhores resultados.

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Acolhendo o Aluno com Apraxia da Fala: Um Guia para Educadores e Familiares

A apraxia da fala é um transtorno neurológico que afeta a capacidade de planejar e programar os movimentos necessários para a produção da fala. Diferentemente da disartria, que envolve dificuldades motoras na articulação, a apraxia se caracteriza por uma dificuldade de sequenciamento dos movimentos articulatórios, mesmo com a musculatura intacta. Isso resulta em fala inconsistente, com erros que variam de vez em quando, mesmo em palavras já conhecidas. Para o educador, lidar com um aluno com apraxia exige sensibilidade, conhecimento e estratégias adequadas.

Este artigo visa oferecer um guia prático, sem se ater a detalhes clínicos que são competência exclusiva do fonoaudiólogo, focando em como a escola e a família podem contribuir para o desenvolvimento da comunicação do aluno. A ênfase está em ações complementares ao tratamento fonoaudiológico, essencial para o progresso do aluno.

Na Sala de Aula: Estratégias Inclusivas e Adaptativas

  • Paciência e Compreensão: É fundamental ter em mente que a dificuldade não é de vontade ou de inteligência, mas sim motora. Reações de impaciência ou frustração podem afetar negativamente a autoimagem do aluno.
  • Comunicação Alternativa/Aumentativa (CAA): Sistemas de comunicação alternativa, como pranchas de comunicação com imagens, aplicativos de fala ou escrita, podem auxiliar na comunicação até que a fala melhore. A escolha do sistema deve ser feita em conjunto com o fonoaudiólogo.
  • Ambiente Adequado: Reduza estímulos visuais e auditivos excessivos na sala de aula, criando um espaço mais calmo e propício à concentração.
  • Adaptações Curriculares: Considere adaptações nas avaliações, permitindo que o aluno responda oralmente em situações mais privadas ou utilize outras formas de expressão, como escrita ou desenho.
  • Participação Ativa: Envolva o aluno em atividades que promovam a comunicação, mesmo que seja com poucas palavras. Jogos de imitação, rimas e cantigas podem ser úteis.
  • Feedback Positivo: Reforce os avanços, mesmo que pequenos. Concentre-se no esforço e na tentativa, e não apenas no resultado final.
  • Integração Social: Incentive a interação com os colegas, promovendo um ambiente inclusivo e respeitoso.
  • Treinamento para os colegas: Informar e sensibilizar os colegas de classe sobre a apraxia pode criar um ambiente mais solidário e compreensivo.

Em Casa: Continuidade e Apoio

A família desempenha um papel crucial no sucesso da terapia. É fundamental que os pais:

  • Sigam as orientações do fonoaudiólogo: A terapia fonoaudiológica em casa é essencial para a consolidação dos ganhos obtidos nas sessões.
  • Pratique as atividades sugeridas pelo fonoaudiólogo: A consistência na prática é vital.
  • Crie um ambiente estimulante: Leia para o aluno, cante músicas, converse frequentemente, incentivando a imitação de sons e palavras.
  • Seja paciente e compreensivo: Celebre as pequenas vitórias e ofereça suporte emocional.
  • Busque grupos de apoio: Conectar-se com outras famílias que enfrentam desafios semelhantes pode ser valioso.

Conclusão:

Trabalhar com um aluno com apraxia da fala exige um trabalho em equipe, envolvendo escola, família e fonoaudiólogo. Com paciência, compreensão e estratégias adequadas, é possível promover o desenvolvimento da comunicação e a inclusão do aluno, garantindo-lhe uma experiência escolar positiva e significativa. Lembre-se sempre que a meta não é “curar” a apraxia, mas sim maximizar o potencial comunicativo do aluno, utilizando suas habilidades e competências da melhor forma possível.