Em que idade as crianças começam a falar?

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Os bebês iniciam sua jornada linguística ouvindo os próprios sons, base para o desenvolvimento da fala. Aos seis meses, balbuciam; com nove, exploram sons bilabiais (dada); e por volta de um ano, palavras como mamãe e vovô podem surgir.

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A fascinante jornada da fala: quando as crianças começam a falar?

A aquisição da linguagem é um dos processos mais complexos e maravilhosos do desenvolvimento humano. Não se trata apenas de aprender palavras, mas de decifrar um sistema complexo de regras, sons e significados, construindo uma ponte entre o pensamento e a comunicação. Mas, afinal, em que idade as crianças começam a falar? A resposta, como a própria linguagem, é rica em nuances e variações.

A jornada para a fala começa muito antes das primeiras palavras. Nos primeiros meses de vida, o bebê é um observador atento, absorvendo a sonoridade do ambiente, a melodia da voz materna e a cadência da fala dos adultos. Essa imersão auditiva é crucial para o desenvolvimento da percepção fonética – a capacidade de distinguir os sons da língua. É como se o cérebro estivesse construindo um “dicionário auditivo”, preparando-se para a produção posterior.

Por volta dos seis meses de idade, esse processo se manifesta de forma palpável: o balbucio. Não são ainda palavras, mas sim uma série de sons repetidos, como “bababa” ou “dadada”, que representam uma exploração consciente dos órgãos fonoarticulatórios – língua, lábios, mandíbula. O bebê experimenta diferentes combinações, descobrindo a capacidade de modular sua voz e produzir diferentes sons. Este estágio é fundamental para a coordenação motora fina necessária para a fala articulada.

Com nove meses, a exploração sonora se torna mais refinada. Observamos o surgimento de sons bilabiais, como “baba”, “mama” e “dada”, que são produzidos com a participação ativa dos lábios. Nesta fase, a criança já demonstra uma maior compreensão da relação entre a emissão de sons e as reações dos adultos, reforçando o vínculo entre a comunicação e o afeto.

A primeira palavra compreensível, geralmente, surge por volta do primeiro aniversário. Palavras como “mamãe”, “papai”, “vovô” e “vovó” são frequentes, por representarem figuras de grande importância emocional na vida da criança. É importante salientar que esse marco é apenas uma referência: a variação entre crianças é significativa, e não existe um padrão rígido. Algumas crianças podem falar mais cedo, outras mais tarde, sem que isso necessariamente indique um problema.

No entanto, a ausência total de vocalizações ou balbucio após um ano, aliada à falta de resposta a estímulos auditivos, deve ser investigada por um profissional. A avaliação de um fonoaudiólogo ou pediatra é crucial para descartar eventuais dificuldades de aprendizagem ou problemas auditivos.

Em suma, a aquisição da fala é um processo gradual e individual, que se inicia com a percepção auditiva, passa pelo balbucio e pela exploração fonética, culminando na produção das primeiras palavras por volta do primeiro ano de vida. É uma jornada fascinante e única para cada criança, repleta de descobertas e conquistas. O importante é observar e acompanhar o desenvolvimento de cada bebê, oferecendo-lhe um ambiente rico em estímulos linguísticos e afeto, pilares fundamentais para uma comunicação plena e saudável.