O que é pesquisa qualitativa segundo Gil?

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Para Gil (2006), a pesquisa qualitativa, diferentemente da quantitativa que prioriza dados numéricos, explora fenômenos complexos por meio de métodos como observação, entrevistas e relatos, buscando compreender significados e interpretações. Essa abordagem valoriza a subjetividade e o contexto da investigação.

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A Pesquisa Qualitativa segundo Gil: Uma Abordagem Interpretativa da Realidade

Antonio Carlos Gil, em suas obras clássicas sobre metodologia de pesquisa, apresenta uma definição precisa e concisa da pesquisa qualitativa, contrastando-a com sua contraparte quantitativa. Para Gil (2006), a pesquisa qualitativa se destaca pela sua capacidade de explorar a complexidade dos fenômenos sociais, buscando compreender a riqueza da experiência humana para além de números e estatísticas. Enquanto a pesquisa quantitativa prioriza a mensuração e a quantificação de dados, a pesquisa qualitativa mergulha profundamente na interpretação dos significados e das perspectivas dos indivíduos envolvidos no estudo.

A principal característica da pesquisa qualitativa, segundo Gil, reside na sua natureza exploratória e interpretativa. Ela não busca generalizações amplas e representativas de uma população, como a pesquisa quantitativa, mas sim um aprofundamento na compreensão de um determinado fenômeno em seu contexto específico. Para alcançar essa compreensão, a pesquisa qualitativa se vale de métodos que privilegiam a coleta de dados descritivos e ricos em detalhes, como:

  • Observação participante: O pesquisador imerso no ambiente de estudo, observando e registrando eventos, comportamentos e interações, buscando capturar a dinâmica natural do fenômeno. A observação participante permite captar nuances e detalhes que poderiam passar despercebidos em outras abordagens.

  • Entrevistas: Diálogos estruturados ou semi-estruturados com os participantes, que permitem acessar suas experiências, perspectivas, opiniões e interpretações sobre o fenômeno em estudo. As entrevistas, seja em profundidade ou em grupos focais, fornecem dados ricos em informações subjetivas.

  • Análise de documentos e relatos: Exploração de materiais como documentos pessoais, cartas, diários, registros históricos, entre outros, que podem fornecer informações valiosas sobre o contexto e o fenômeno estudado. A análise de conteúdo destes documentos contribui para a construção de uma compreensão mais abrangente.

A análise dos dados na pesquisa qualitativa, segundo Gil, é também interpretativa. Não se trata apenas de descrever os dados coletados, mas de interpretá-los à luz do contexto e das teorias relevantes. O pesquisador busca construir significado a partir dos dados, identificando padrões, temas e relações entre diferentes informações. Esta interpretação é inerentemente subjetiva, porém fundamentada em evidências empíricas.

Em síntese, a pesquisa qualitativa, na perspectiva de Gil, é uma abordagem poderosa para explorar a complexidade da experiência humana, focando na interpretação de significados e na compreensão profunda de fenômenos sociais em seus contextos específicos. Sua capacidade de capturar a riqueza da subjetividade e as nuances das interações humanas a diferencia da pesquisa quantitativa e a torna uma ferramenta fundamental para a produção de conhecimento em diversas áreas do saber. É importante ressaltar, contudo, que a escolha entre a abordagem qualitativa ou quantitativa (ou mesmo a combinação de ambas, em pesquisas mistas) depende da natureza da questão de pesquisa e dos objetivos do estudo.