Porque é que outras palavras são acentuadas e outras não?

A sério, já pararam para pensar nisto? Acentos. Porque raio é que algumas palavras têm e outras não? Tipo, “árvore”… Tem um acento. “Casa”… Nada. Parece arbitrário, não parece? Mas não é, claro. A coisa tem uma lógica, embora às vezes me pareça um bicho de sete cabeças.

A ideia é esta: o português tem umas regras, uns padrões de pronúncia, vá. A maioria das palavras segue essas regras direitinhas. Mas há sempre as rebeldes, as que gostam de ser diferentes, de dar nas vistas. E é aí que entram os acentos. São como bandeiras, a dizer “Ei, olha para mim! Eu pronuncio-me diferente!”. Indicam onde a sílaba tónica, aquela que a gente fala mais alto, está num sítio inesperado.

Imaginem a palavra “música”. Sem acento, seria “musica”, tipo “boneca”, certo? A sílaba forte seria o “mu”. Mas não! É o “si” que leva a força toda. Então, zás, leva um acento agudo. Lembro-me de no primário, a professora explicava isto com uns desenhos de bonecos a saltar na sílaba tónica. Era giro! Agora, se a palavra fosse “sapato”, a sílaba forte já é a penúltima, “pa”, que é o mais comum. Portanto, nada de acento. Fácil, certo? Nem sempre…

Li algures que tipo, sei lá, mais de metade das palavras em português não têm acento. Não sei se é verdade, mas parece-me que sim. A gente acaba por se habituar. E é engraçado como a gente sabe instintivamente onde pôr o acento, mesmo sem pensar muito. Por exemplo, a palavra “difícil”. Se eu escrevesse “dificil”, até ficava a doer-me o olho. Parece errado, soa errado. É a tal coisa da sílaba tónica fora do sítio habitual.

É tudo uma questão de ritmo, no fundo. E de saber as regras, claro. Mas vá, admitam, às vezes dá vontade de mandar os acentos às urtigas! Ou será que sou só eu?