Quais palavras têm o acento grave?

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Palavras graves (proparoxítonas) acentuadas em português seguem a regra: terminadas em l, n, r ou x. Exemplos: móvel, possível, fácil, útil, ímã, hífen, âmbar, açúcar, éter, fêmur, córtex e ônix demonstram essa regra.

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Desvendando o Mistério do Acento Grave: Além do Óbvio

O acento grave (`) é um sinal gráfico peculiar na língua portuguesa, frequentemente associado à crase, mas que também marca a tonicidade em palavras específicas. Apesar de menos comum do que o acento agudo (´), o acento grave tem um papel importante na clareza e correção da escrita. Este artigo busca ir além da regra básica, explorando nuances e exceções para te ajudar a dominar o uso desse acento.

A Regra Geral e Suas Implicações

É crucial destacar que a informação apresentada na sua pergunta contém uma imprecisão. O acento grave não é utilizado em palavras graves (paroxítonas) terminadas em l, n, r ou x. Palavras graves (paroxítonas) podem ser acentuadas, mas o acento utilizado é o agudo (´) ou o circunflexo (^), dependendo da pronúncia da vogal tônica.

Então, onde entra o acento grave?

O acento grave tem duas funções principais:

  1. Indicar a crase: Essa é a função mais conhecida. A crase ocorre quando há a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” ou com o “a” inicial de alguns pronomes demonstrativos (aquele(s), aquela(s), aquilo). O resultado dessa fusão é representado por “à”.

    • Exemplos: “Fui à praia.” (preposição “a” + artigo “a”) ; “Refiro-me àquele livro.” (preposição “a” + pronome demonstrativo “aquele”).
  2. Distinguir palavras homófonas: Em casos raros, o acento grave é utilizado para diferenciar palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados diferentes. O exemplo clássico é a distinção entre “a” (preposição) e “à” (crase):

    • “Estou a caminho.” (preposição “a”)
    • “Estou à espera.” (crase: preposição “a” + artigo “a”)

Desmistificando a Crase: Um Mergulho Mais Profundo

Dominar a crase exige compreender quando a preposição “a” exige um complemento regido por essa preposição e, simultaneamente, quando esse complemento é precedido pelo artigo definido feminino “a”. Para te ajudar, considere as seguintes dicas:

  • Substituição por “ao”: Se a substituição do termo feminino por um masculino equivalente exigir o uso de “ao”, a crase é obrigatória.

    • Exemplo: “Fui à feira.” (Fui ao mercado.)
  • Presença de pronomes demonstrativos: Como mencionado, a crase ocorre antes de “aquele(s)”, “aquela(s)”, e “aquilo”, desde que a regência exija a preposição “a”.

  • Locuções: Muitas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas são grafadas com crase.

    • Exemplos: à tarde, à noite, à espera, à medida que, à vontade.
  • Nomes de lugar: A crase em nomes de lugar é um ponto que gera dúvidas. A regra geral é: “Se vou a e volto da, crase pra quê? Se vou a e volto de, crase no a“.

    • Exemplo: Vou a Roma e volto de Roma (Vou a Roma – sem crase)
    • Vou à Bahia e volto da Bahia (Vou à Bahia – com crase)

Exceções e Casos Especiais

  • Antes de palavras masculinas: Em geral, não se usa crase antes de palavras masculinas. No entanto, há exceções quando a expressão subentendida é feminina.

    • Exemplo: Escrevo à moda antiga. (subentende-se “à maneira da moda antiga”)
  • Antes de pronomes de tratamento: Em geral, não se usa crase antes de pronomes de tratamento, exceto antes de “Senhora” e “Senhorita”, se houver a exigência da preposição “a”.

    • Exemplo: Dirijo-me à Senhora.
  • Antes de verbos: Não se usa crase antes de verbos.

    • Exemplo: Comecei a estudar.

Conclusão

O acento grave, embora aparentemente simples, esconde complexidades que demandam atenção e estudo. Compreender a regra da crase, seus nuances e exceções, é fundamental para uma escrita clara, correta e elegante. Ao se deparar com a dúvida, lembre-se das dicas e exemplos apresentados, e consulte sempre um dicionário ou gramática confiável. A prática constante é a chave para dominar o uso do acento grave e evitar erros comuns.