Quais são os mitos sobre a língua de sinais?

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Mito 1: A Língua de Sinais não se limita à pantomima e à gesticulação, expressando conceitos abstratos. Mito 2: Não existe uma única Língua de Sinais universal, variando de país para país.

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Quebrando os Mitos da Língua de Sinais

A Língua de Sinais, frequentemente vista como um conjunto de gestos e expressões corporais, esconde uma riqueza linguística complexa e fascinante. Desmistificar a sua estrutura é fundamental para entender a sua importância e promover a inclusão de surdos na sociedade. Neste artigo, desvendamos alguns mitos comuns sobre essa forma de comunicação.

Mito 1: A Língua de Sinais se limita à pantomima e à gesticulação, expressando apenas conceitos concretos.

Este é talvez o mito mais persistente. A ideia de que a Língua de Sinais é basicamente uma forma de pantomima, capaz apenas de descrever objetos e ações físicas, é profundamente equivocada. Cada Língua de Sinais, assim como qualquer outra língua natural, possui uma estrutura gramatical própria, com sua sintaxe, vocabulário e gramática complexos. É possível expressar conceitos abstratos como amor, liberdade, justiça, ou ainda expressões poéticas e filosóficas, por meio de combinações precisas de sinais, movimentos e expressões faciais. Não é uma forma simplificada de comunicação, mas um sistema linguístico completo, capaz de transmitir qualquer pensamento ou informação. Imagine descrever um conceito tão abstrato quanto “solidariedade”: em uma língua de sinais, isso não seria uma simples imitação do ato, mas sim uma combinação de sinais que representariam a ideia de união, apoio e compaixão, construída através de estruturas gramaticais específicas.

Mito 2: Existe uma única Língua de Sinais universal, a mesma em todos os países.

Outro equívoco comum é a crença em uma única Língua de Sinais global. Assim como as línguas orais são distintas entre países e culturas, as Línguas de Sinais também variam significativamente. Cada país, e mesmo diferentes regiões dentro de um país, possui sua própria Língua de Sinais, com vocabulários, gramática e até mesmo estruturas gramaticais próprias. A Língua de Sinais Brasileira (LSB), por exemplo, é diferente da Língua de Sinais Americana (ASL), da Língua de Sinais Francesa (LSF) e de qualquer outra. Essas diferenças refletem a diversidade cultural e histórica das comunidades surdas em cada local. É importante reconhecer e respeitar essas variações linguísticas, evitando generalizações e promovendo o aprendizado e a valorização de cada Língua de Sinais individual.

Compreender que a Língua de Sinais é uma língua completa, com sua própria estrutura gramatical e riqueza expressiva, é crucial para promover a comunicação inclusiva e a inclusão das pessoas surdas. A desconstrução desses mitos nos leva a um entendimento mais profundo da cultura e da história das comunidades surdas, e nos aproxima da necessidade de promover a acessibilidade linguística para todos.