Quais são os tipos de linguagens verbais?

Além da Fala e da Escrita: Desvendando a Riqueza da Linguagem Verbal

A linguagem verbal, como sabemos, utiliza palavras para estabelecer comunicação. A definição, embora simples, esconde uma complexidade fascinante. Enquanto a dicotomia tradicional entre linguagem oral e escrita é válida como ponto de partida, limita-se a capturar apenas uma pequena parte da riqueza e variedade que a linguagem verbal oferece. Para compreendê-la plenamente, precisamos ir além dessa classificação binária, analisando-a por meio de outras lentes.

Ao invés de simplesmente falar em oral e escrita, podemos classificar os tipos de linguagem verbal considerando a intenção comunicativa, o contexto e o suporte utilizados. Desta forma, emerge um espectro mais amplo e abrangente.

1. Considerando a Intenção Comunicativa:

• Linguagem Informativa: Prioriza a transmissão objetiva de informações, buscando a clareza e a precisão. Encontramos esse tipo em notícias jornalísticas, relatórios científicos, manuais de instruções, etc. A neutralidade é um dos seus principais objetivos.

• Linguagem Persuasiva: Tem como objetivo principal convencer o receptor a adotar um determinado ponto de vista ou realizar uma ação específica. Anúncios publicitários, discursos políticos e textos argumentativos são exemplos desse tipo de linguagem, que frequentemente utiliza recursos retóricos para alcançar seus objetivos.

• Linguagem Expressiva: Foca na exteriorização dos sentimentos, emoções e opiniões do emissor. Diários pessoais, poemas, cartas pessoais e alguns tipos de crônicas são exemplos claros dessa modalidade, onde a subjetividade predomina.

• Linguagem Literária: Embora muitas vezes se sobreponha à linguagem expressiva, a linguagem literária se destaca pela utilização criativa da linguagem, explorando recursos estilísticos como metáforas, alegorias, e outras figuras de linguagem para criar efeitos estéticos e transmitir significados complexos. Romances, contos, peças teatrais e poemas são exemplos típicos.

2. Considerando o Contexto:

• Linguagem Formal: Emprega um vocabulário preciso e sofisticado, respeitando as normas gramaticais e evitando gírias ou coloquialismos. É comumente utilizada em contextos profissionais, acadêmicos e formais em geral.

• Linguagem Informal: Apresenta-se mais livre e espontânea, utilizando gírias, coloquialismos e expressões próprias de determinado grupo social. É comum em conversas cotidianas, mensagens de texto e entre amigos e familiares.

• Linguagem Técnica: Utilizada em áreas especializadas, emprega terminologias específicas e precisas, compreensíveis apenas por aqueles que dominam o assunto em questão. Manuais técnicos, artigos científicos e documentos especializados são exemplos.

3. Considerando o Suporte:

• Linguagem Oral: Transmitida diretamente através da fala, utilizando recursos paralinguísticos como tom de voz, entonação e gestos para enriquecer a mensagem.

• Linguagem Escrita: Registrada por meio de signos gráficos, permitindo a sua permanência no tempo e o acesso a um público maior e mais disperso.

• Linguagem Digital/Virtual: Uma nova modalidade em constante evolução, utilizando diferentes plataformas e recursos digitais para a comunicação, como e-mails, redes sociais, mensagens instantâneas, etc. Apresenta características próprias, mesclando elementos da linguagem oral e escrita, com a utilização de abreviaturas, emojis e outros recursos visuais.

Em conclusão, a classificação da linguagem verbal não se limita à dicotomia oral/escrita. A análise considerando a intenção comunicativa, o contexto e o suporte revela uma diversidade muito maior, permitindo uma compreensão mais completa e nuançada da riqueza e complexidade dessa ferramenta fundamental da comunicação humana. A constante evolução tecnológica também nos impõe a necessidade de repensar e expandir constantemente essas categorias, incorporando novas formas de comunicação que surgem a cada dia.