Qual a diferença do mandarim para o chinês?

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O chinês é um grupo de línguas, e o mandarim é a mais falada. A diferença principal reside na variedade, sendo o mandarim apenas uma dentre muitas.

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Chinês: Um mar de línguas, com o mandarim como a onda maior

Quando falamos em “chinês”, a imagem que surge na maioria das mentes é a de uma língua única e monolítica. Entretanto, essa percepção é uma simplificação excessiva da realidade. A verdade é que “chinês” se refere a um amplo grupo de línguas sino-tibetanas, com uma diversidade tão grande que, em alguns casos, a compreensão mútua entre falantes de diferentes dialetos pode ser tão difícil quanto entre o português e o espanhol. O mandarim, a variedade mais conhecida globalmente, representa apenas uma parte, ainda que significativa, desse complexo mosaico linguístico.

A principal diferença entre o mandarim e o “chinês” reside na amplitude e variedade. “Chinês” engloba inúmeras línguas e dialetos, muitos deles mutuamente ininteligíveis. Imagine tentar comunicar-se com alguém usando o sotaque carregado do Nordeste brasileiro e outro que fala português de Portugal – a dificuldade seria significativa, mesmo com uma mesma língua base. A situação com o chinês é, em muitos casos, ainda mais desafiadora.

O mandarim, ou mais precisamente, o chinês mandarim padrão (普通话 – Pǔtōnghuà), é uma variedade específica, escolhida como língua oficial da República Popular da China. Ele se baseia principalmente no dialeto de Pequim, mas incorpora elementos de outras variedades para promover a compreensão nacional. Sua adoção como língua franca dentro da China possibilitou uma maior comunicação e integração entre regiões antes isoladas linguisticamente.

No entanto, diversas outras línguas chinesas, como o cantonês (廣東話 – Guǎngdōnghuà), o wu (吳語 – Wúyǔ), o min (閩語 – Mǐnyǔ) – com suas subdivisões, como o min do sul e o min do norte – e o xiang (湘語 – Xiāngyǔ), continuam a ser faladas por milhões de pessoas. Estas línguas, embora compartilhem alguns caracteres escritos e algumas raízes etimológicas, apresentam diferenças significativas na pronúncia, vocabulário e gramática, tornando-se, em muitos casos, incompreensíveis para um falante de mandarim. Imagine aprender inglês e depois tentar entender um escocês falando rapidamente – o esforço seria considerável. A mesma lógica se aplica às variantes do “chinês”.

Em resumo, o mandarim é uma parte do chinês, a variedade mais falada e difundida globalmente, mas não o representa em sua totalidade. A diversidade linguística dentro do grupo “chinês” é vasta e rica, mostrando a complexidade e a fascinante história de uma das civilizações mais antigas do mundo. Compreender essa distinção é crucial para evitar generalizações simplistas e apreciar a riqueza linguística da China.