Qual a primeira língua que o surdo deve aprender?
O projeto preconiza a Libras como a primeira língua para crianças surdas no processo educacional. Isso garante o desenvolvimento integral, considerando a Libras como chave para o aprendizado.
Libras Primeiro: Uma Base Sólida para o Desenvolvimento Integral de Crianças Surdas
A discussão sobre qual língua deve ser priorizada no aprendizado de crianças surdas é fundamental para garantir seu desenvolvimento pleno. Tradicionalmente, a abordagem priorizava a língua oral, muitas vezes em detrimento da língua de sinais. No entanto, uma crescente e sólida base de pesquisas aponta para um paradigma transformador: a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como primeira língua.
Este artigo argumenta a favor da priorização da Libras no processo educacional de crianças surdas, desmistificando equívocos e destacando os benefícios dessa abordagem para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional.
A ideia de que a criança surda deve aprender primeiro a língua oral, muitas vezes baseada em pressupostos equivocados sobre a “normalidade” auditiva, ignora a natureza intrínseca da linguagem como um sistema de comunicação. Para uma criança surda, a Libras é a língua natural, acessível e intuitiva, tão fundamental quanto o português oral é para uma criança ouvinte. Negar o acesso prioritário a essa língua natural significa privar a criança de uma ferramenta essencial para a construção de seu conhecimento de mundo.
A Libras, como qualquer língua natural, estrutura o pensamento, a cognição e a forma como a criança interage com o seu ambiente. Utilizá-la como primeira língua permite um desenvolvimento linguístico mais rápido e completo, impactando positivamente a aquisição de outras habilidades, como a leitura e a escrita em português. Isso porque, dominar uma língua – ainda que seja uma língua de sinais – proporciona a base fundamental para a aprendizagem de uma segunda língua. A criança já possui a estrutura gramatical, a capacidade de processar informação linguística e a fluência comunicativa necessárias para adquirir novas habilidades.
O aprendizado precoce da Libras também propicia um desenvolvimento socioemocional mais saudável. A criança surda inserida num ambiente que valoriza e utiliza a sua língua materna se sente acolhida, compreendida e integrada. Isso reduz significativamente os impactos da exclusão e contribui para uma autoestima mais elevada. A comunicação fluente na Libras permite a construção de relações interpessoais mais ricas e significativas, facilitando a integração social e acadêmica.
Por fim, é importante destacar que a proposta de priorizar a Libras não exclui o aprendizado do português. A aquisição da língua portuguesa como segunda língua, de forma gradual e adequada à etapa de desenvolvimento da criança, complementa o aprendizado, permitindo o acesso ao conhecimento escrito e a uma maior participação na sociedade ouvinte. No entanto, é crucial que este aprendizado se dê como um processo natural de expansão linguística, apoiado na sólida base da Libras.
Em conclusão, priorizar a Libras como primeira língua para crianças surdas não é apenas uma questão de inclusão, mas um investimento no desenvolvimento pleno e integral dessas crianças. É reconhecer a riqueza e a importância da língua de sinais como ferramenta fundamental para a construção de uma identidade linguística forte e para o florescimento de todo o seu potencial. A Libras como primeira língua: uma base sólida para um futuro mais amplo e promissor.
#Aprendizado Surdo#Língua De Sinais#Primeira LínguaFeedback sobre a resposta:
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