Qual é a segunda língua dos surdos?
Surdos que dominam a Libras como primeira língua e o Português como segunda língua são considerados bilíngues. Para que essa condição seja alcançada, a educação bilíngue é fundamental, com a Libras e o Português como ferramentas de ensino, utilizando métodos pedagógicos específicos para o bilingüismo.
Qual é a segunda língua dos surdos?
A resposta não é tão simples quanto parece, e envolve questões complexas sobre identidade, acesso à informação e educação. Enquanto a primeira língua de muitos surdos é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a “segunda língua” não é uma única entidade, mas sim um espectro de possibilidades e desafios.
A afirmação de que o português é a segunda língua dos surdos, embora amplamente difundida, simplifica uma realidade muito mais rica e matizada. A experiência de um surdo com o português varia consideravelmente, dependendo de vários fatores:
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Acesso à educação bilíngue: Surdos que tiveram acesso à educação bilíngue, onde a Libras e o português são utilizados simultaneamente e de forma respeitosa, apresentam maior fluência e domínio do português. A abordagem bilíngue considera a Libras como a língua materna e o português como uma segunda língua a ser aprendida. Nesse contexto, o português não é meramente uma língua de apoio, mas sim uma língua que complementa e amplia as capacidades comunicativas do indivíduo.
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Idade de início da aprendizagem: Assim como em qualquer processo de aquisição de linguagem, a idade em que o indivíduo começa a aprender o português impacta diretamente no seu domínio. Quanto mais cedo a exposição e a instrução em português, melhor será o resultado.
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Ambiente familiar e social: A influência do ambiente familiar e social também desempenha um papel fundamental. Em famílias onde a língua portuguesa é falada constantemente, o surdo tem maior oportunidade de absorver e praticar a língua.
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Estimulação linguística: A quantidade e qualidade da estimulação linguística recebida pelo surdo durante a sua formação interferem no desenvolvimento do seu português. A interação com falantes nativos e a imersão em contextos que usam o português são essenciais.
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Motivação e oportunidades: O interesse individual e as oportunidades para praticar o português também são cruciais. A disponibilidade de materiais didáticos, acesso a grupos de estudos e incentivo à comunicação são importantes para o desenvolvimento de habilidades linguísticas.
É importante destacar que a “segunda língua” dos surdos não é apenas uma questão de dominar uma gramática ou vocabulário. Trata-se de desenvolver habilidades comunicativas, compreendendo e sendo compreendido, participando ativamente da sociedade e se apropriando do mundo por meio da língua portuguesa.
Em vez de falar em uma única “segunda língua”, é mais apropriado reconhecer que o português se manifesta de diferentes formas e níveis de proficiência na comunidade surda, dependendo da experiência individual. A fluência no português é uma jornada, não um destino, e a sua importância reside em garantir a participação plena e igualitária dos surdos na sociedade.
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