Qual é o formato de um problema de pesquisa?

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Um problema de pesquisa deve ser formulado como uma pergunta. É fundamental para a clareza e direcionamento da investigação. A pergunta deve ser específica e delimitada, indicando o que se pretende investigar.

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Desvendando o Enigma: A Anatomia de um Problema de Pesquisa

Um problema de pesquisa é o motor que impulsiona toda investigação científica. Ele funciona como um guia, direcionando os esforços do pesquisador e fornecendo um foco claro para o estudo. Embora frequentemente apresentado como uma pergunta, um problema de pesquisa vai além de uma simples interrogação. Ele representa uma lacuna no conhecimento, uma contradição a ser explorada ou uma área obscura que precisa ser iluminada. Compreender sua estrutura é crucial para o sucesso de qualquer projeto, desde uma simples monografia até uma complexa tese de doutorado.

A formulação em forma de pergunta é, sem dúvida, fundamental. Ela confere clareza e objetividade ao problema, delimitando o escopo da investigação. Perguntas vagas e amplas demais, como “Qual o impacto da tecnologia na sociedade?”, dificultam a condução da pesquisa e a obtenção de resultados concretos. Em contrapartida, perguntas específicas e bem delimitadas, como “Qual o impacto da realidade virtual na educação de crianças autistas em escolas públicas de São Paulo?”, oferecem um caminho mais claro e factível para a investigação.

Entretanto, a anatomia de um problema de pesquisa vai além da pergunta em si. Para ser considerado robusto e eficiente, ele precisa apresentar algumas características essenciais:

  • Relevância: O problema deve ser relevante para a área de estudo e, idealmente, para a sociedade como um todo. Ele precisa justificar o investimento de tempo e recursos na sua investigação. A relevância pode estar ligada à solução de problemas práticos, ao avanço do conhecimento teórico ou à compreensão de fenômenos complexos.

  • Originalidade: Não precisa ser completamente inédito, mas deve oferecer uma nova perspectiva, abordar um ângulo diferente ou contribuir para o aprofundamento do conhecimento existente. A originalidade pode residir na metodologia empregada, na população estudada ou na combinação de diferentes áreas do conhecimento.

  • Viabilidade: A pesquisa deve ser realizável dentro das limitações de tempo, recursos e acesso à informação. É importante considerar a disponibilidade de dados, a complexidade da metodologia e a capacidade do pesquisador em conduzir o estudo. Um problema inviável pode levar à frustração e ao abandono da pesquisa.

  • Mensurabilidade: O problema deve ser passível de investigação através de métodos científicos. Isso implica a possibilidade de coleta e análise de dados, seja através de experimentos, pesquisas de campo, estudos de caso ou análise de documentos.

  • Clareza e Precisão: A linguagem utilizada na formulação do problema deve ser clara, precisa e livre de ambiguidades. Termos técnicos devem ser definidos e o escopo da pesquisa deve ser delimitado de forma inequívoca.

Portanto, a pergunta de pesquisa é apenas a ponta do iceberg. Ela representa a manifestação visível de um conjunto de elementos interligados que constituem a verdadeira anatomia do problema. Ao considerar esses elementos, o pesquisador constrói uma base sólida para o seu estudo, aumentando as chances de sucesso e contribuindo para o avanço do conhecimento. Afinal, um problema bem formulado é o primeiro passo para uma pesquisa bem-sucedida.