Qual é o grau do aumentativo?

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O grau aumentativo engrandece o tamanho ou quantidade de algo: casa → casarão, amigo → amigão.

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O Grau Aumentativo: Mais que Tamanho, Intensidade e Expressão

O grau aumentativo, na língua portuguesa, é um recurso morfológico que expressa o aumento de tamanho, intensidade ou quantidade de um substantivo. Apesar da sua definição aparentemente simples – transformar “casa” em “casarão”, por exemplo – sua aplicação vai muito além de um mero acréscimo de tamanho físico. Compreender suas nuances é fundamental para dominar a riqueza expressiva da língua.

O aumento, contudo, não se restringe à dimensão física. Um “furacão” é, certamente, maior que uma “tempestade”, mas o aumentativo também pode intensificar qualidades, sentimentos e ações. Um “grandalhão” não é apenas alto, mas também sugere imponência, força ou até mesmo um certo desengonço. Da mesma forma, um “chororô” não se refere apenas a um choro, mas sim a um choro intenso, prolongado e muitas vezes exagerado.

A formação do aumentativo se dá por diversos processos, e é aí que reside parte de sua complexidade e riqueza semântica. Podemos ter:

  • Acréscimo de sufixos: Este é o método mais comum. Sufixos como “-ão”, “-alhão”, “-arrão”, “-ázio”, “-ãozão” (e suas variantes) são os mais frequentes, acrescentando, além do aumento de tamanho, conotações específicas. “Casarão” sugere imponência e antiguidade, enquanto “casarrão” pode evocar um sentido mais rústico e até mesmo grotesco. A escolha do sufixo influencia diretamente a carga semântica da palavra.

  • Alteração de vogal: Em alguns casos, a alteração de uma vogal da palavra original contribui para o efeito aumentativo. Um exemplo sutil seria a diferença entre “livro” e “livraço”, onde a mudança de “o” para “a” adiciona um tom mais enfático ao aumento de tamanho e importância.

  • Combinação de processos: A língua portuguesa, em sua flexibilidade, permite a combinação de diferentes processos para intensificar o efeito aumentativo. Observemos “caçarrãozão”, onde se combinam o sufixo “-arrão” com “-zão”, resultando num aumentativo de grau superlativo.

  • Contexto e intenção: O grau aumentativo não é um mecanismo puramente gramatical. Sua interpretação depende fortemente do contexto em que é usado. A frase “Ele comeu um pratão de comida” sugere uma grande quantidade de comida, enquanto “Ela tinha um medozão do escuro” indica uma intensidade de medo, indo além do tamanho físico do sentimento.

Em resumo, o grau aumentativo em português vai além do simples acréscimo de tamanho físico. Ele adiciona uma camada de expressividade, intensificando sentimentos, ações e quantidades, e enriquecendo a comunicação. A escolha do sufixo e o contexto em que a palavra é empregada são cruciais para a compreensão plena de seu significado e da nuance que se pretende expressar. O estudo da sua aplicação, portanto, revela uma faceta fascinante da riqueza e flexibilidade da língua portuguesa.