Quando se detecta a dislexia?

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A dislexia adquirida (causada por doença ou tratamento) é rara. O diagnóstico da dislexia geralmente ocorre quando há um atraso de pelo menos dois anos nas habilidades de leitura em relação aos pares típicos.

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Quando se detecta a dislexia? Desvendando os sinais ao longo do desenvolvimento

A dislexia, um transtorno específico da aprendizagem com base neurológica, afeta a capacidade de ler, escrever e soletrar. Caracterizada pela dificuldade no processamento fonológico, ela não está relacionada à inteligência ou à falta de esforço. Embora a dislexia adquirida, decorrente de lesões cerebrais, seja rara, a forma mais comum, a dislexia do desenvolvimento, manifesta-se desde a infância, com sinais que podem ser percebidos em diferentes fases. Detectá-la precocemente é crucial para intervenções eficazes que minimizem seus impactos.

Primeira Infância (Educação Infantil):

Nesta fase, a dislexia ainda não se manifesta diretamente na leitura, mas alguns indicadores podem sugerir sua presença. É importante observar se a criança apresenta:

  • Atraso na fala: Demora para começar a falar ou dificuldade em pronunciar palavras corretamente, mesmo após a idade esperada.
  • Dificuldade com rimas: Problemas para identificar e produzir rimas, jogos de palavras e cantigas.
  • Histórico familiar de dislexia: A predisposição genética aumenta a probabilidade de a criança também apresentar o transtorno.
  • Confusão entre direita e esquerda: Persistência na dificuldade de diferenciar os lados do corpo mesmo após os 5 anos.
  • Dificuldade com a sequência de tarefas: Problemas para memorizar e seguir instruções com múltiplas etapas.

Ensino Fundamental I (Alfabetização):

Este é o período onde as dificuldades com a leitura se tornam mais evidentes. A criança disléxica pode apresentar:

  • Leitura lenta e hesitante: Troca, inverte ou adiciona letras e sílabas durante a leitura, mesmo com palavras familiares.
  • Dificuldade na compreensão da leitura: Mesmo que consiga decodificar as palavras, a criança pode ter problemas para entender o significado do texto.
  • Problemas com a soletração: Erros ortográficos frequentes e inconsistentes, mesmo com palavras simples.
  • Aversão à leitura: A criança pode evitar atividades de leitura devido à frustração e dificuldade.
  • Discrepância entre as habilidades orais e escritas: A criança pode se expressar oralmente com fluência e clareza, mas apresentar dificuldades significativas na escrita.

Ensino Fundamental II e Ensino Médio:

Nestas fases, a dislexia continua impactando o aprendizado. Os adolescentes disléxicos podem apresentar:

  • Dificuldade na organização e planejamento: Problemas para gerenciar o tempo, organizar materiais e realizar tarefas complexas.
  • Baixa autoestima e ansiedade: A contínua dificuldade com a leitura e a escrita pode levar à frustração, insegurança e problemas emocionais.
  • Dificuldade com idiomas estrangeiros: Aprender novas línguas pode ser um desafio ainda maior para quem tem dislexia.
  • Problemas para fazer anotações e resumos: Captar e registrar informações de forma eficiente durante as aulas pode ser uma tarefa árdua.

Diagnóstico e Intervenção:

É importante ressaltar que a presença de alguns desses sinais não significa necessariamente que a criança tenha dislexia. O diagnóstico deve ser feito por profissionais especializados, como neuropsicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos, através de avaliações específicas. A intervenção precoce, com acompanhamento especializado e estratégias de ensino adaptadas, é fundamental para que a pessoa com dislexia desenvolva suas habilidades e alcance seu pleno potencial. A dislexia não tem cura, mas com o suporte adequado, é possível aprender a lidar com as dificuldades e ter uma vida plena e produtiva.