O que é concordância do predicativo?
Em situações específicas, o verbo ser pode concordar com o predicativo do sujeito, mesmo que o sujeito seja diferente. Isso ocorre quando o sujeito é um pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo), indefinido (tudo, ninguém, nenhum) ou uma expressão de valor coletivo (o resto, o mais).
A Concordância Nominal Caprichosa do Predicativo: Quando o Verbo “Ser” Escolhe o Predicativo
A concordância verbal, regra gramatical que estabelece a harmonia entre o verbo e o sujeito, apresenta nuances interessantes, principalmente quando o verbo em questão é o “ser”. Em situações específicas, a concordância verbal se flexiona, privilegiando a concordância com o predicativo do sujeito, e não com o sujeito em si. Esse fenômeno, embora menos frequente, é essencial para uma escrita precisa e elegante. Vamos explorar esse caso particular da concordância do predicativo com o verbo “ser”.
O ponto chave reside na natureza do sujeito. Quando o sujeito da oração é um pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo), um pronome indefinido (tudo, nada, alguém, ninguém, nenhum, algum) ou uma expressão de valor coletivo (a maioria, a minoria, o resto, o mais, etc.), o verbo “ser” tende a concordar com o predicativo, o elemento que atribui uma característica ao sujeito.
Observe os exemplos:
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Sujeito Pronome Demonstrativo: “Aquilo foram aventuras inesquecíveis.” (O verbo “foram” concorda com “aventuras”, o predicativo do sujeito). Note que, se a concordância fosse feita com o sujeito, teríamos a forma incorreta: “Aquilo foi aventuras inesquecíveis.”
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Sujeito Pronome Indefinido: “Tudo são flores no jardim.” (O verbo “são” concorda com “flores”). A forma “Tudo é flores” também é aceita, mas a concordância com o predicativo é mais comum e, para alguns gramáticos, mais elegante neste contexto. Já em “Ninguém era culpado“, o verbo concorda com o predicativo, embora a concordância com o sujeito também seja possível (“Ninguém eram culpados”).
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Sujeito Expressão de Valor Coletivo: “A maioria dos presentes eram jovens.” (O verbo “eram” concorda com “jovens”). Aqui, a concordância com o núcleo do sujeito (“maioria”) seria gramaticalmente correta (“A maioria dos presentes era jovem”), mas a concordância com o predicativo transmite uma ideia de pluralidade mais evidente e natural. O mesmo raciocínio se aplica a frases como: “O resto foram problemas menores.” ou “O mais importante são as pessoas“.
Considerações Importantes:
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Contexto: A escolha entre concordar com o sujeito ou com o predicativo, nesses casos, muitas vezes depende do contexto e da ênfase desejada. A concordância com o predicativo geralmente enfatiza a característica atribuída ao sujeito.
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Singular Próximo: Em alguns casos, a concordância com o predicativo se torna mais natural mesmo que o sujeito seja singular. Por exemplo, “Tudo é alegria“. Embora “Tudo são alegrias” seja gramaticalmente possível, soa menos natural.
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Outras Concordâncias: Este fenômeno não se limita apenas ao verbo “ser”. Verbos como “parecer”, “demonstrar” e “constar” podem apresentar concordância similar, dependendo do contexto e do peso semântico dos elementos da frase.
Em resumo, a concordância do predicativo com o verbo “ser” é uma particularidade da língua portuguesa que exige atenção e sensibilidade linguística. Ao dominar essa regra, o escritor pode enriquecer sua escrita, escolhendo a concordância que melhor expressa a nuance desejada e o peso semântico da oração. A consulta a gramáticas normativas mais detalhadas pode auxiliar na compreensão mais profunda deste tema, especialmente em casos mais complexos.
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