Quais são as palavras derivadas por parassíntese?
A parassíntese combina prefixação e sufixação simultaneamente. Observe: amaciar (amacio + ar), amadurecer (maduro + ecer), apodrecer (podre + ecer), descampado (campo + des + ado), esquentar (quente + es + ar), envergonhar (vergonha + en + ar), enfileirar (fileira + en + ar) e submarino (mar + sub + ino). A palavra base sofre modificação com acréscimo de prefixo e sufixo, indissociáveis.
Desvendando a Parassíntese: Mais que Prefixos e Sufixos
A formação de palavras em português é um universo fascinante, repleto de mecanismos que enriquecem nosso vocabulário. Entre esses mecanismos, destaca-se a parassíntese, um processo que vai além da simples adição de prefixos e sufixos. Ela exige uma sincronia, uma união indissociável entre esses elementos, criando palavras novas com significados próprios. Não basta apenas acrescentar um prefixo e um sufixo a uma palavra qualquer; a magia da parassíntese reside na interdependência desses afixos.
Ao contrário da derivação prefixal e sufixal, onde os afixos podem ser adicionados isoladamente sem prejuízo ao sentido (como em “feliz” -> “infeliz” -> “infelizmente”), na parassíntese, a remoção de um dos elementos desfigura a palavra, tornando-a sem sentido no contexto da língua portuguesa. Imagine, por exemplo, retirar o prefixo “en-” de “envergonhar”. Restaria “vergonhar”, uma palavra que não existe em nosso léxico. O mesmo ocorre se retirarmos o sufixo “-ar”: “envergonha” também não possui significado próprio.
A parassíntese, portanto, caracteriza-se pela formação simultânea. O prefixo e o sufixo são adicionados à palavra primitiva ao mesmo tempo, de forma interdependente. A palavra só existe com ambos os afixos. Vejamos alguns exemplos para clarificar:
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Amadurecer: A partir de “maduro”, adicionamos o prefixo “a-” e o sufixo “-ecer”. “Madurecer” carrega o sentido de tornar-se maduro, algo que não seria possível expressar apenas com “amaduro” ou “maduroecer” (formas inexistentes).
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Entardecer: Derivado de “tarde”, com o prefixo “en-” e o sufixo “-ecer”. Novamente, a ideia de “tornar-se tarde” só se concretiza com a presença simultânea dos afixos. “Entarde” ou “tardecer” não existem em português.
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Empobrecer: De “pobre”, com o prefixo “em-” e o sufixo “-ecer”. A palavra expressa o ato de tornar-se pobre, um significado completo que se perde se retirarmos qualquer um dos afixos.
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Desalmado: De “alma”, com o prefixo “des-” e o sufixo “-ado”. “Desalma” e “almado”, isoladamente, não possuem o mesmo significado.
É importante destacar que nem todas as palavras formadas com prefixo e sufixo são parassintéticas. Em casos como “infelizmente” (in + feliz + mente), a formação ocorre por derivação prefixal e sufixal, já que “infeliz” e “felizmente” existem independentemente. A chave para identificar a parassíntese é verificar se a palavra primitiva, sem um dos afixos, perde o sentido no contexto da língua.
A parassíntese, portanto, demonstra a complexidade e a riqueza da formação de palavras em português. Compreender esse mecanismo nos permite não apenas ampliar nosso vocabulário, mas também apreciar a criatividade inerente à nossa língua.
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