Como se chama cueca virada em Portugal?

A Cueca Virada e seus Primos Lusitanos: Um Doce de Muitas Faces

A delícia crocante e açucarada que no Brasil atende por apelidos carinhosos como cueca virada, cavaquinho, ceroula virada, mentirinha ou orelha de gato, encontra em Portugal um primo próximo, porém com uma identidade própria: o coscorão. Apesar da semelhança na preparação e no sabor, entender as nuances entre esses doces revela uma rica história culinária compartilhada, com toques regionais que enriquecem a experiência gastronômica.

Enquanto a “cueca virada” brasileira, com sua nomenclatura irreverente e regional, evoca a imagem de uma peça íntima do avesso, o coscorão português apresenta uma textura igualmente delicada e crocante, mas com um formato mais recortado e irregular. A base da receita, em ambos os casos, reside na simplicidade da massa feita com farinha, ovos e, por vezes, um toque de aguardente ou vinho, que após frita, se transforma em um veículo perfeito para o açúcar que a envolve generosamente.

A diferença, além do formato, reside também em alguns detalhes da preparação e nos costumes que acompanham o consumo. Em Portugal, o coscorão é tradicionalmente consumido na época natalina, fazendo parte das mesas festivas e representando a fartura e a doçura da celebração. Já no Brasil, a cueca virada, ou seus sinônimos regionais, figura como um doce popular, presente em festas juninas, quermesses e em quitandas espalhadas pelo país, sem uma sazonalidade tão marcada.

Vale ressaltar que, mesmo em Portugal, o termo “cueca virada” pode ser compreendido, especialmente por gerações mais jovens, graças à influência da cultura brasileira. No entanto, a denominação oficial e mais comum continua sendo coscorão, refletindo a tradição e a história da culinária local.

Assim, a próxima vez que se deliciar com essa iguaria crocante e açucarada, lembre-se que por trás de seus diversos nomes e formatos, existe uma herança culinária compartilhada entre Brasil e Portugal, um testemunho da riqueza e diversidade de nossa cultura gastronômica. Seja coscorão ou cueca virada, a doçura e a crocância desse quitute unem os dois lados do Atlântico em uma experiência saborosa e memorável.