Como saber se é mononucleose ou amigdalite?

14 visualizações

Embora a mononucleose e a amigdalite bacteriana compartilhem sintomas como febre e dor de garganta, a mononucleose é causada por um vírus e não responde a antibióticos, ao contrário da amigdalite bacteriana.

Feedback 0 curtidas

Mononucleose x Amigdalite: Desvendando a Diferença Entre Duas Doenças Com Sintomas Semelhantes

A dor de garganta, febre e mal-estar geral são sintomas comuns que podem indicar diversas condições, sendo a mononucleose infecciosa (conhecida como “doença do beijo”) e a amigdalite bacteriana duas das mais frequentes. A semelhança dos sintomas, porém, pode dificultar o diagnóstico, levando a tratamentos inadequados. Compreender as nuances de cada doença é crucial para um tratamento eficaz e recuperação adequada.

Amigdalite Bacteriana: A Infecção Focal

A amigdalite bacteriana, geralmente causada por bactérias Streptococcus do grupo A (estreptococo), é uma infecção localizada nas amígdalas. Seus sintomas costumam ser mais intensos e de início mais abrupto, incluindo:

  • Dor de garganta intensa: Frequentemente descrita como uma dor lancinante, pior ao engolir.
  • Febre alta: A temperatura corporal pode atingir níveis consideráveis.
  • Amígdalas inchadas e vermelhas: Podem apresentar pus ou placas brancas.
  • Dor de cabeça: Pode ser um sintoma associado.
  • Mal-estar geral: Fraqueza, fadiga e falta de apetite são comuns.
  • Gânglios linfáticos inchados no pescoço: Podem ser dolorosos ao toque.

O tratamento da amigdalite bacteriana envolve o uso de antibióticos, prescritos por um médico. O tratamento precoce é essencial para evitar complicações como febre reumática.

Mononucleose Infecciosa: A Infecção Sistêmica

A mononucleose, causada pelo vírus Epstein-Barr (VEB), é uma infecção que afeta todo o organismo, não se limitando às amígdalas. Seus sintomas, embora similares à amigdalite em alguns aspectos, costumam ser mais prolongados e menos intensos no início:

  • Fadiga extrema: É um sintoma marcante e persistente, podendo durar semanas ou até meses.
  • Dor de garganta: Geralmente menos intensa que na amigdalite bacteriana, mas persistente.
  • Febre: Pode ser baixa ou moderada, variando ao longo da doença.
  • Inchaço dos gânglios linfáticos: Afeta principalmente os gânglios do pescoço, mas também pode atingir outras áreas. O inchaço é frequentemente mais generalizado e duradouro que na amigdalite.
  • Aumento do baço e do fígado: Em alguns casos, pode ocorrer aumento do tamanho desses órgãos, embora nem sempre seja perceptível.
  • Manchas vermelhas na pele: Um exantema (erupção cutânea) pode aparecer em alguns pacientes.
  • Dor de cabeça e muscular: São sintomas frequentes.

A mononucleose não tem cura e o tratamento é focado no alívio dos sintomas. Antibióticos são ineficazes contra o vírus. O repouso, a hidratação e a alimentação adequada são fundamentais na recuperação.

Diferenciando as Doenças:

Embora a sobreposição de sintomas dificulte o diagnóstico, alguns pontos podem ajudar a diferenciar as duas condições:

  • Duração dos sintomas: A mononucleose costuma ter um curso mais prolongado (semanas ou meses), enquanto a amigdalite bacteriana pode melhorar mais rapidamente com o tratamento adequado.
  • Intensidade da dor de garganta: A amigdalite bacteriana geralmente apresenta dor de garganta mais intensa.
  • Inchaço ganglionar: Na mononucleose, o inchaço ganglionar é geralmente mais generalizado e persistente.
  • Fadiga: A fadiga extrema e persistente é um forte indicativo de mononucleose.
  • Resposta ao tratamento com antibióticos: A amigdalite bacteriana melhora com antibióticos, enquanto a mononucleose não.

Diagnóstico:

O diagnóstico preciso é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais. O médico avaliará os sintomas, realizará um exame físico e, se necessário, solicitará exames de sangue para detectar anticorpos contra o VEB (no caso da mononucleose) ou para identificar o estreptococo (na amigdalite bacteriana).

Conclusão:

A semelhança entre os sintomas da mononucleose e da amigdalite bacteriana sublinha a importância de procurar atendimento médico para um diagnóstico preciso. A automedicação pode ser prejudicial e atrasar o tratamento adequado, levando a complicações. Somente um profissional de saúde qualificado pode diferenciar as duas doenças e indicar o tratamento apropriado para cada caso.