O que leva uma pessoa com mal Alzheimer a óbito?

A Jornada Final: Entendendo as Causas de Óbito em Pacientes com Alzheimer

O Alzheimer, uma doença neurodegenerativa progressiva, impacta profundamente a vida de quem a possui e de seus familiares. Embora o próprio Alzheimer não seja a causa direta imediata do óbito, ele desencadeia uma cascata de vulnerabilidades que aumentam significativamente o risco de morte. A doença, ao minar as capacidades cognitivas e funcionais, torna o indivíduo suscetível a uma série de complicações que, em última instância, podem levar ao falecimento. Entender essas complicações é fundamental para proporcionar o melhor cuidado possível e promover o bem-estar do paciente durante toda a sua jornada.

Infecções: A deterioração cognitiva associada ao Alzheimer frequentemente leva à dificuldade em comunicar sintomas, reduz a adesão a práticas de higiene e compromete a capacidade de tossir efetivamente, tornando os pacientes mais propensos a infecções, principalmente respiratórias como pneumonia e urinárias. A dificuldade de deglutição também aumenta o risco de pneumonia aspirativa, onde alimentos ou líquidos entram nos pulmões.

Desnutrição e Desidratação: A perda de apetite, a dificuldade em se alimentar de forma independente e a incapacidade de reconhecer a sede e se hidratar adequadamente contribuem para quadros de desnutrição e desidratação. Esses problemas debilitam ainda mais o organismo, tornando-o mais suscetível a infecções e outras complicações.

Problemas Cardiovasculares: Pacientes com Alzheimer podem apresentar maior risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e aterosclerose. A inatividade física, comum em estágios mais avançados da doença, agrava esse quadro. Além disso, a dificuldade de comunicação pode dificultar o relato de sintomas como dor no peito, atrasando o diagnóstico e tratamento de eventos cardíacos.

Quedas e Lesões: A perda de equilíbrio, a desorientação espacial e a diminuição da força muscular aumentam a probabilidade de quedas, resultando em fraturas e traumas que podem ter consequências graves, especialmente em idosos com ossos mais frágeis.

Disfagia e Pneumonia Aspirativa: A dificuldade em engolir (disfagia), comum nos estágios avançados, aumenta o risco de aspiração de alimentos ou líquidos para os pulmões, levando à pneumonia aspirativa, uma infecção pulmonar grave.

Consequências da Imobilidade: A progressão do Alzheimer frequentemente leva à imobilidade, aumentando o risco de úlceras de pressão, trombose venosa profunda e outras complicações circulatórias.

A Importância dos Cuidados Paliativos: Nos estágios avançados do Alzheimer, o foco do cuidado se desloca para o alívio dos sintomas, o conforto e a dignidade do paciente. Cuidados paliativos desempenham um papel crucial nesse momento, oferecendo suporte emocional, físico e espiritual tanto para o paciente quanto para seus familiares.

Prevenção e Manejo de Fatores de Risco: Controlar fatores de risco modificáveis, como hipertensão, diabetes e colesterol alto, é essencial para a saúde geral do paciente com Alzheimer e pode influenciar positivamente sua qualidade de vida e longevidade. A prática regular de exercícios físicos, uma dieta equilibrada e a estimulação cognitiva também são importantes para retardar a progressão da doença e minimizar o risco de complicações.

Em suma, a morte em pacientes com Alzheimer é um processo multifatorial, resultante da interação complexa entre a própria doença e as complicações que ela acarreta. Compreender esses fatores permite uma abordagem mais abrangente e humanizada do cuidado, visando proporcionar ao paciente a melhor qualidade de vida possível até o final de sua jornada.