Qual a diferença entre disartria e dislalia?
A principal diferença entre dislalia e disartria reside na fonação. Na dislalia, a articulação da fala é prejudicada, mas a produção da voz permanece intacta. Já na disartria, a fonação é sempre comprometida, afetando a qualidade e a clareza da voz além da articulação. A disartria envolve problemas na musculatura responsável pela fala.
Dislalia e Disartria: Duas faces da dificuldade na fala
A comunicação humana, especialmente a oral, é um processo complexo que envolve diversos mecanismos neurológicos e musculares. Quando esses mecanismos são afetados, surgem dificuldades na fala que podem se manifestar de diferentes formas. Dois distúrbios comuns, mas distintos, que afetam a comunicação oral são a dislalia e a disartria. Embora ambas causem problemas na fala, a raiz do problema e suas manifestações são diferentes. A chave para entender a distinção reside na fonação e no controle muscular.
A dislalia é um distúrbio específico da articulação dos sons da fala. Imagine as estruturas da boca – língua, lábios, dentes, palato – como as peças de um instrumento musical. Na dislalia, essas “peças” não se movem ou se posicionam corretamente, resultando em trocas, omissões ou distorções de sons específicos. Por exemplo, a criança pode trocar o “r” pelo “l”, omitir o “s” em sílabas complexas ou distorcer o “ch”. Importante: na dislalia, a produção da voz em si não é afetada. A criança consegue produzir sons com volume e entonação adequados, mas a precisão dos sons articulatórios é comprometida. A causa da dislalia pode ser funcional, sem uma causa orgânica identificável, ou orgânica, relacionada a alterações anatômicas como o freio lingual curto.
Já a disartria, por outro lado, é um distúrbio motor da fala que afeta o controle muscular necessário para a produção dos sons. Aqui, não se trata apenas da articulação precisa dos sons, mas sim da capacidade de controlar os músculos da respiração, fonação e articulação. A disartria resulta de uma lesão neurológica que afeta as vias nervosas que controlam esses músculos. Isso pode levar a uma fala lenta, arrastada, rouca, anasalada, com volume reduzido ou com dificuldade para controlar a entonação. A fonação, ou seja, a produção da voz na laringe, é sempre comprometida na disartria. Pense na disartria como uma dificuldade no “motor” da fala, afetando a força, velocidade, precisão e coordenação dos movimentos necessários para falar.
Em resumo, a principal diferença reside no nível de comprometimento:
- Dislalia: afeta a articulação dos sons, sem comprometer a fonação e a melodia da fala. O problema está na precisão dos movimentos articulatórios.
- Disartria: afeta o controle motor da fala, comprometendo a fonação, a respiração, a articulação e a prosódia. O problema está na força, velocidade e coordenação dos músculos da fala.
É fundamental ressaltar que o diagnóstico preciso de dislalia e disartria deve ser feito por um fonoaudiólogo, que realizará uma avaliação completa da fala e, se necessário, encaminhará para outros profissionais da saúde para investigar possíveis causas neurológicas. Um diagnóstico correto é essencial para direcionar o tratamento adequado e melhorar a comunicação do indivíduo.
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