Qual a média de QI de um TDAH?

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Estudos demonstram que crianças com TDAH e QI elevado (120 ou mais) cometem menos erros, tanto de omissão quanto de comissão, em avaliações visuoauditivas do que crianças com QI médio (70-120). Essa diferença persiste mesmo considerando-se idade e gênero.

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A relação entre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Quociente de Inteligência (QI) é complexa e frequentemente mal compreendida. A simples associação de baixo QI a TDAH é um equívoco. Enquanto é verdade que indivíduos com TDAH podem apresentar dificuldades de aprendizagem e desempenho acadêmico, isso não implica necessariamente em um QI inferior à média.

A afirmação de que crianças com TDAH e QI elevado cometem menos erros em avaliações visuoauditivas do que aquelas com QI médio é, de fato, um achado interessante, mas precisa ser contextualizado. Este estudo, aparentemente, aponta para uma possível relação entre a capacidade cognitiva superior, representada por um QI elevado, e a forma como o cérebro processa informações em crianças com TDAH.

É importante ressaltar que a forma como o TDAH se manifesta varia significativamente entre indivíduos. O impacto do TDAH na capacidade de concentração, atenção e organização pode impactar o desempenho em testes e avaliações, mas não necessariamente reflete a capacidade cognitiva geral. A presença de habilidades cognitivas aprimoradas, mesmo em indivíduos com TDAH, pode estar relacionada à forma como o cérebro lida com as informações e processa os estímulos.

Assim, a conclusão sobre a média de QI em TDAH não pode ser feita com base apenas na observação de menos erros em testes específicos. O TDAH afeta a performance em diferentes domínios, e a cognição é apenas um deles. Fatores como estratégias de enfrentamento, métodos de estudo, e suporte social também influenciam diretamente o desempenho.

A pesquisa sobre TDAH e QI está em constante evolução. Estudos adicionais são necessários para investigar mais profundamente as nuances desta relação complexa. É crucial entender que o TDAH não é uma condição homogênea e que cada indivíduo com TDAH possui suas próprias características e necessidades.

Em vez de se concentrar numa média de QI, é mais produtivo focar na identificação e intervenção precoces. Um diagnóstico preciso, estratégias de intervenção adequadas e um ambiente de apoio podem ajudar crianças e adolescentes com TDAH a desenvolver todo seu potencial, independentemente de seu QI. A ênfase deve ser colocada em criar um ambiente de aprendizagem que considere as necessidades individuais, em vez de tentar categorizar o TDAH com base em uma única medida.