Quando operar uma hérnia discal?

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Cirurgia indicada para hérnia discal lombar após 6 semanas de tratamento sem melhora e para hérnia discal cervical após 6 meses de tratamento sem melhora.

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Quando Operar uma Hérnia Discal? A Busca pelo Equilíbrio Entre Conservação e Intervenção

A hérnia discal, caracterizada pela protrusão do núcleo pulposo do disco intervertebral, afeta milhares de pessoas anualmente, causando dor e desconforto significativo. Apesar da imagem assustadora que muitas vezes se associa à condição, a cirurgia nem sempre é a solução imediata. A decisão de operar uma hérnia discal deve ser tomada de forma individualizada, baseada em uma criteriosa avaliação médica e na resposta do paciente ao tratamento conservador.

A abordagem inicial para o tratamento da hérnia discal, tanto lombar quanto cervical, é sempre conservadora. Isso envolve medidas como: repouso adequado (evitando atividades que exacerbam a dor), fisioterapia (para fortalecimento muscular, melhora da postura e mobilidade), medicamentos (analgésicos, anti-inflamatórios e, em alguns casos, relaxantes musculares), e, em situações específicas, infiltrações com corticoides.

O tempo de resposta ao tratamento conservador é crucial para a decisão cirúrgica e varia de acordo com a localização da hérnia:

Hérnia Discal Lombar: A maioria dos pacientes apresenta melhora significativa dos sintomas após 6 semanas de tratamento conservador intensivo. Se, após este período, a dor persistir de forma incapacitante, impedindo as atividades da vida diária e sem resposta significativa à terapia, a cirurgia pode ser considerada. É importante ressaltar que a ausência de melhora significativa não se refere apenas à intensidade da dor, mas também à limitação funcional. A incapacidade de realizar tarefas básicas do dia a dia, como caminhar ou sentar, deve ser cuidadosamente avaliada.

Hérnia Discal Cervical: Devido à complexidade anatômica da região cervical e ao potencial impacto neurológico, o período de observação para a hérnia discal cervical é geralmente mais prolongado. Em geral, recomenda-se um período de 6 meses de tratamento conservador antes de se considerar a cirurgia. Similarmente à hérnia lombar, a persistência de dor incapacitante e falta de resposta ao tratamento conservador são os principais indicadores para intervenção cirúrgica. A presença de déficits neurológicos progressivos, como fraqueza muscular ou alterações de sensibilidade, também aceleram a indicação cirúrgica.

Fatores que influenciam a decisão cirúrgica:

Além do tempo de resposta ao tratamento conservador, outros fatores influenciam a decisão de operar uma hérnia discal:

  • Intensidade da dor: Dor crônica, intensa e refratária a analgésicos.
  • Déficits neurológicos: Fraqueza muscular, perda de sensibilidade, alterações de reflexos, disfunções de esfíncteres (incontinência urinária ou fecal).
  • Síndrome da cauda equina: Condição rara, mas grave, que exige intervenção cirúrgica imediata. Caracteriza-se por dor intensa, disfunções intestinais e urinárias, e fraqueza nos membros inferiores.
  • Idade e estado geral de saúde do paciente: Pacientes com comorbidades significativas podem apresentar maior risco cirúrgico.
  • Preferências e expectativas do paciente: A decisão final deve sempre levar em consideração a vontade e as expectativas do paciente, após adequada compreensão dos riscos e benefícios do procedimento.

Conclusão:

A cirurgia para hérnia discal é uma opção terapêutica importante, mas não deve ser a primeira linha de tratamento. A decisão de operar deve ser individualizada, baseada em uma avaliação cuidadosa do paciente, considerando a localização da hérnia, a resposta ao tratamento conservador, a intensidade da dor e a presença de déficits neurológicos. A comunicação aberta e transparente entre médico e paciente é fundamental para garantir a melhor abordagem terapêutica e a recuperação da qualidade de vida. Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado às suas necessidades individuais.