Quem pode ser considerado deficiente motor?

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Deficiência motora engloba limitações no funcionamento físico-motor, geralmente originadas no cérebro ou sistema locomotor. Essas limitações podem causar desde dificuldades de coordenação a paralisia de membros, além de comprometer a fala e a comunicação.

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Quem pode ser considerado uma pessoa com deficiência motora?

A deficiência motora abrange um amplo espectro de condições que afetam a capacidade de uma pessoa se movimentar, controlar seus músculos e realizar atividades físicas. Engloba limitações no funcionamento físico-motor, frequentemente originadas no cérebro, medula espinhal, nervos periféricos ou sistema musculoesquelético. Essas limitações podem variar significativamente em gravidade, desde dificuldades sutis de coordenação até a paralisia completa de membros. Para entender quem pode ser considerado uma pessoa com deficiência motora, é preciso ir além de rótulos simplistas e observar as nuances e particularidades de cada caso.

Não se trata apenas de quem usa cadeira de rodas: A imagem que frequentemente vem à mente quando se fala em deficiência motora é a de uma pessoa utilizando cadeira de rodas. Embora seja uma realidade para muitos, a deficiência motora engloba muito mais do que isso. Pessoas com diferentes níveis de comprometimento, que podem se locomover com o auxílio de muletas, bengalas, andadores ou até mesmo sem nenhum apoio, mas com limitações significativas, também podem ser consideradas pessoas com deficiência motora.

Diversidade de condições e suas manifestações: Diversas condições podem levar à deficiência motora, cada uma com suas próprias características e manifestações. Algumas das mais comuns incluem:

  • Paralisia Cerebral: Afeta o desenvolvimento motor e postural, podendo causar espasticidade, rigidez muscular, movimentos involuntários e dificuldades de equilíbrio e coordenação.
  • Mielomeningocele (Espinha Bífida): Malformação congênita da coluna vertebral que pode causar fraqueza ou paralisia nas pernas, além de dificuldades com o controle da bexiga e intestino.
  • Lesão Medular: Dano à medula espinhal, geralmente causado por trauma, que pode resultar em paralisia parcial ou completa abaixo do nível da lesão.
  • Esclerose Múltipla: Doença neurológica crônica que afeta o cérebro e a medula espinhal, causando uma variedade de sintomas, incluindo fraqueza muscular, espasmos, dificuldades de equilíbrio e coordenação.
  • Distrofia Muscular: Grupo de doenças genéticas que causam degeneração progressiva dos músculos, levando à fraqueza e perda de massa muscular.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): Interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro que pode causar danos neurológicos e resultar em hemiparesia (paralisia de um lado do corpo).
  • Amputações: Perda de um membro, que pode ser congênita ou adquirida por trauma ou doença.

Impactos além da mobilidade: A deficiência motora pode impactar outras áreas além da mobilidade física, como a fala, a comunicação, a alimentação e as atividades da vida diária. A dificuldade de controlar os músculos faciais pode afetar a articulação das palavras, enquanto a limitação nos movimentos das mãos pode dificultar a escrita, o uso de talheres e a realização de tarefas cotidianas.

Considerando a funcionalidade e o contexto: Para determinar se uma pessoa pode ser considerada como tendo deficiência motora, é fundamental avaliar sua funcionalidade e o contexto em que vive. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial da Saúde (OMS) oferece um modelo biopsicossocial para entender a deficiência, considerando não apenas a condição de saúde, mas também os fatores ambientais e pessoais que podem influenciar a participação do indivíduo na sociedade.

Em resumo, a deficiência motora é um universo diverso e complexo. A consideração de uma pessoa como portadora de deficiência motora deve ser feita com base em uma avaliação individualizada, considerando a natureza e a gravidade da sua condição, bem como seu impacto na funcionalidade e participação social. É importante lembrar que o foco deve estar sempre na pessoa e em suas necessidades individuais, promovendo a inclusão e o acesso a recursos e apoios que permitam sua plena participação na sociedade.