Como se chama uma pessoa portadora de autismo?

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No espectro autista, a preferência terminológica varia. Enquanto pessoa com autismo enfatiza a pessoa antes da condição, muitos autistas e ativistas preferem autista, priorizando sua identidade. A melhor abordagem é respeitar a individualidade e perguntar qual termo a pessoa prefere.

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A pessoa e o autismo: a importância da terminologia respeitosa

O autismo é um espectro, e isso não se limita apenas às suas manifestações neurológicas. A própria forma como nos referimos às pessoas dentro desse espectro também apresenta nuances e preferências individuais que merecem atenção e respeito. Afinal, estamos falando de identidade, e a linguagem que utilizamos tem o poder de incluir ou excluir, de validar ou invalidar a experiência do outro.

Tradicionalmente, utilizava-se o termo “pessoa com autismo”, seguindo o modelo pessoa-primeira, que busca enfatizar a pessoa antes da condição. A ideia por trás dessa abordagem é nobre: lembrar que se trata de um indivíduo, com suas particularidades e potencialidades, e não apenas de um diagnóstico.

No entanto, dentro da comunidade autista, muitos defendem o uso do termo “autista”. Para eles, o autismo não é algo separado de sua essência, mas sim parte integral de quem são. Nesse sentido, “autista” se torna um identificador, uma forma de afirmação e pertencimento a uma comunidade. A analogia com outras identidades, como “brasileiro” ou “artista”, ajuda a ilustrar essa perspectiva. Não dizemos “pessoa com brasilidade” ou “pessoa com arte”, mas sim “brasileiro” e “artista”, incorporando essas características à identidade do indivíduo.

Diante dessas diferentes perspectivas, surge a pergunta: qual o termo correto? A resposta, na verdade, não é tão simples. O mais importante é reconhecer a individualidade de cada pessoa dentro do espectro autista e respeitar sua preferência. O que pode ser empoderador para um, pode ser desconfortável para outro.

Assim, a melhor abordagem é sempre perguntar. Uma simples pergunta como “Qual termo você prefere que eu utilize?” demonstra consideração e respeito, abrindo espaço para um diálogo genuíno e construindo uma relação baseada na empatia. Demonstrar interesse em saber como a pessoa se identifica é um passo fundamental para uma comunicação mais inclusiva e respeitosa.

Além da escolha entre “pessoa com autismo” e “autista”, é importante evitar termos pejorativos ou que infantilizem o indivíduo. Expressões como “autistinha”, “sofredor de autismo” ou “portador do espectro autista” carregam consigo estigmas e preconceitos que devem ser combatidos.

Em resumo, a linguagem que utilizamos para nos referir às pessoas autistas reflete a forma como as enxergamos. Ao adotarmos uma postura atenta e respeitosa, contribuímos para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa para todos. Afinal, o respeito pela individualidade e pela autodeterminação é o ponto de partida para qualquer interação humana significativa.