Quem tem apraxia da fala consegue falar alguma coisa?

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Crianças com apraxia da fala infantil compreendem o que desejam comunicar, mas enfrentam dificuldades motoras na articulação das palavras. A capacidade cognitiva e o raciocínio permanecem intactos, o problema reside na execução motora da fala, dificultando a transformação do pensamento em linguagem verbal.

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A voz que luta para sair: Compreendendo a apraxia da fala na infância e sua relação com a capacidade de se comunicar

A apraxia da fala na infância (AFI) é um distúrbio neurológico motor da fala que afeta a capacidade da criança de planejar e sequenciar os movimentos musculares necessários para produzir sons, sílabas e palavras. Diferentemente de outros distúrbios de fala, a AFI não é causada por fraqueza ou paralisia muscular. A criança com AFI compreende a linguagem e sabe o que quer dizer, mas seu cérebro encontra dificuldades em enviar os sinais corretos para os músculos da fala, resultando em uma fala ininteligível ou com erros inconsistentes.

Respondendo à pergunta crucial: Sim, crianças com apraxia da fala conseguem falar alguma coisa. A capacidade de fala varia de criança para criança e depende da gravidade do quadro. Algumas crianças podem conseguir produzir algumas palavras ou frases curtas, enquanto outras podem ter dificuldades até mesmo com sons isolados. É importante destacar que, apesar das dificuldades na articulação, a capacidade cognitiva e de compreensão da linguagem permanecem preservadas. Elas entendem o que é dito a elas e conseguem se comunicar por outros meios, como gestos, expressões faciais e, em alguns casos, através de sistemas alternativos de comunicação, como pranchas de figuras ou aplicativos.

A inconsistência na produção da fala é uma característica marcante da AFI. Uma criança pode pronunciar uma palavra corretamente em um momento e, logo em seguida, pronunciá-la de forma diferente. Isso ocorre porque o problema não está nos músculos em si, mas na capacidade do cérebro de planejar e coordenar os movimentos necessários para a fala de forma consistente.

É fundamental diferenciar a AFI de outros distúrbios da fala, como disartria e atraso de linguagem. Na disartria, há fraqueza ou paralisia dos músculos da fala, enquanto no atraso de linguagem, a criança apresenta dificuldades na compreensão e no desenvolvimento da linguagem como um todo. A AFI, por sua vez, afeta especificamente o planejamento motor da fala, preservando a compreensão e a intenção comunicativa.

O diagnóstico precoce e a intervenção terapêutica com um fonoaudiólogo especializado são essenciais para o desenvolvimento da fala da criança com AFI. A terapia fonoaudiológica foca em exercícios que visam melhorar o planejamento motor da fala, a coordenação dos movimentos articulatórios e a produção de sons, sílabas e palavras. Com o tratamento adequado e o apoio da família, crianças com AFI podem alcançar progressos significativos na sua comunicação verbal e desenvolver uma fala mais clara e inteligível. A jornada pode ser desafiadora, mas a voz que luta para sair pode, com persistência e dedicação, encontrar seu caminho.