O que é a migração?

Migração… o que é isso, afinal? Mais do que uma palavra fria num livro de geografia, é movimento. É vida em transformação. Lembro-me da minha avó, contando histórias da viagem dela de Portugal para o Brasil, um navio enorme, o medo do desconhecido… Imaginem só, trocar tudo o que se conhece por uma promessa, uma esperança. Deslocamento… essa palavra quase técnica resume tanta coisa, não é? Tanta angústia, tanta coragem. Temporário ou permanente, tanto faz. É um pedaço de você que fica para trás.

A minha avó dizia que foi por necessidade, para ter uma vida melhor. E quantos não fazem o mesmo hoje em dia? Deixam tudo, família, amigos, a terra onde cresceram… por um futuro incerto, mas talvez um pouco mais brilhante. Motivos… há tantos. Busca por trabalho, claro. Fuga da violência, da pobreza, da fome. Quem pode julgar? Quem pode dizer o que leva alguém a abandonar tudo o que conhece? Às vezes penso que deve ser como arrancar as próprias raízes. Dói, mas é preciso para sobreviver.

Lembro-me de ler algures que a migração sempre existiu, desde o início dos tempos. Acho que falavam de… sei lá… migrações pré-históricas, algo assim. Enfim, não importa. O que importa é que é um fenómeno humano, visceral. E transforma tudo! Lugares, culturas, pessoas. A minha avó, por exemplo, trouxe os seus costumes, as suas receitas, as suas histórias… e aqui, neste novo país, tudo se misturou, se transformou. E será que não é isso que torna o mundo tão… vibrante? Tão cheio de vida?

É… migração. Não é apenas uma palavra. É uma história. A história da minha avó, a história de tantas pessoas… A história da humanidade, talvez.