Qual o estágio da barganha?

Quando a Esperança Se Agarra à Barganha: Entendendo a Terceira Fase do Luto

A vida é um ciclo, e a morte faz parte dele. No entanto, lidar com a finitude, seja a nossa própria ou a de alguém que amamos, é um processo desafiador, repleto de emoções intensas e confusas. É nesse contexto que surge o modelo de Kübler-Ross, um guia para compreender as etapas do luto, e hoje vamos nos aprofundar na fase da barganha.

A barganha, a terceira etapa do modelo, é um grito desesperado da alma, um anseio por evitar a perda iminente, mesmo que essa perda seja inevitável. É como se, diante da realidade inabalável, a mente buscasse uma brecha, um acordo para adiar o sofrimento.

Um Acordo Impossível:

Imagine um paciente com um diagnóstico fatal, sabendo que seus dias são contados. Nessa fase, ele pode se perguntar: “Se eu fizer tal promessa, se eu me dedicar a tal causa, será que posso ter mais tempo?”. A barganha pode se manifestar em promessas a Deus, a um poder superior, a si mesmo. A pessoa tenta negociar um prazo, uma chance, um momento a mais.

O Objeto da Barganha:

A barganha pode se voltar para diversos objetos:

• Tempo: “Se eu conseguir viver mais um ano, prometo…”
• Saúde: “Se eu melhorar, prometo cuidar mais de mim.”
• Felicidade: “Se eu puder ver meus netos crescerem, prometo ser mais feliz.”

Nem Sempre Consciente:

A barganha, muitas vezes, se manifesta de forma inconsciente. A pessoa pode se dedicar a um novo projeto, buscar uma nova paixão, como se estivesse tentando “compensar” a perda iminente.

Importância de Compreender a Fase:

Entender a fase da barganha é crucial para lidar com o luto. É importante reconhecer que essa fase é natural e que ela não significa que a pessoa está “recusando” a realidade. A barganha é uma forma de a mente lidar com o trauma da perda, buscando uma sensação de controle em meio ao caos.

Superando a Barganha:

A fase da barganha, como todas as outras, é passageira. O luto é um processo individual, e o tempo que cada pessoa leva para passar por cada etapa é diferente.

É essencial buscar apoio, seja através de amigos, familiares, profissionais da saúde mental ou grupos de apoio. Reconhecer as emoções, acolhê-las e permitir que elas se expressem é fundamental para que a pessoa possa seguir em frente no processo de cura.

Lembre-se: a barganha é apenas uma etapa, e ela não define a jornada do luto. Buscar compreensão, apoio e esperança é o caminho para superar essa fase e encontrar significado e paz em meio à perda.