Quem tem direito à terapia da fala?

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A terapia da fala pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) é um direito de estudantes com Necessidades Educativas Especiais (NEE), como apoio no Ensino Especial. No entanto, outros grupos também podem se beneficiar, ampliando o acesso para além das crianças com NEE.

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Muito Além das NEE: Quem Tem Direito à Terapia da Fala?

A terapia da fala, ou fonoaudiologia, é um recurso valioso para o desenvolvimento da comunicação, linguagem, deglutição e outras funções orofaciais. Apesar de frequentemente associada ao atendimento de crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) no âmbito escolar, a sua abrangência é muito maior e o acesso a ela deve ser garantido a uma gama significativa da população, independente de diagnóstico específico.

O acesso à terapia da fala pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um direito constitucional, garantido pelo princípio da universalidade. Embora a sua utilização no contexto escolar para estudantes com NEE seja bastante difundida, e fundamental para a inclusão e o sucesso acadêmico dessas crianças, muitos outros indivíduos podem se beneficiar imensamente desse tratamento.

Quem pode se beneficiar da terapia da fala?

A lista abaixo não é exaustiva, mas ilustra a diversidade de perfis que podem necessitar de intervenção fonoaudiológica:

  • Crianças com NEE: Incluindo, mas não se limitando a, dificuldades de aprendizagem, atrasos de linguagem, dislexia, disgrafia, discalculia, transtornos do espectro autista (TEA) e deficiência intelectual. Neste grupo, a terapia da fala é fundamental para o desenvolvimento da comunicação e da aprendizagem.

  • Crianças com dificuldades de articulação: Gagueira, rotacismo (dificuldade com o “r”), e outros problemas de pronúncia que podem comprometer a comunicação e a autoestima.

  • Adultos com alterações de voz: Profissionais que usam a voz intensamente (professores, cantores, locutores), pessoas com disfonias (rouquidão persistente), ou sequelas de laringite.

  • Pessoas com disfagia: Dificuldade em deglutir, que pode ter origem em diversas condições, incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVC), doenças neurodegenerativas, ou cirurgias de cabeça e pescoço. A terapia da fala é crucial para garantir a segurança e a eficiência da deglutição, prevenindo problemas respiratórios e nutricionais.

  • Pacientes com sequelas de traumas cranioencefálicos (TCE): A fonoaudiologia auxilia na recuperação da linguagem, comunicação e deglutição após lesões cerebrais.

  • Idosos com alterações cognitivas: A terapia da fala pode auxiliar na manutenção da comunicação e na prevenção de dificuldades de deglutição.

  • Indivíduos que passaram por cirurgias na região oral: A recuperação da função motora e da comunicação é essencial e a fonoaudiologia desempenha papel crucial.

Como acessar a terapia da fala?

O primeiro passo é procurar um médico ou profissional de saúde que possa avaliar a necessidade de terapia da fala. Ele poderá encaminhar o paciente para um fonoaudiólogo, seja pelo SUS, por convênios médicos ou de forma particular. A busca ativa por informações e os serviços oferecidos na rede pública de saúde são fundamentais para garantir o acesso a este direito.

Em suma, a terapia da fala não se restringe ao atendimento de crianças com NEE. É um recurso de saúde essencial para diversos grupos populacionais, em diferentes faixas etárias e com variadas necessidades. A conscientização sobre a sua importância e a ampliação do acesso a esse serviço são cruciais para promover a saúde comunicacional e a qualidade de vida da população.