Como classificam-se as conjunções subordinativas?

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As conjunções subordinativas são classificadas em causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais, consecutivas e integrantes.

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A Intrincada Rede das Conjunções Subordinativas: Uma Classificação Detalhada

As conjunções subordinativas, peças fundamentais na construção de frases complexas, conectam orações dependentes (subordinadas) a orações principais, estabelecendo entre elas relações semânticas diversas. Sua classificação, embora aparentemente simples, requer uma análise atenta das nuances de significado que cada tipo estabelece. Ao contrário de uma mera lista, este artigo busca aprofundar a compreensão da classificação dessas conjunções, explorando suas sutilezas e possibilidades de uso.

A classificação tradicional divide as conjunções subordinativas em nove categorias principais, cada uma com suas peculiaridades:

1. Causais: Expressam a causa ou a razão do que se afirma na oração principal. Indicam a motivação para o fato expresso na oração principal.

  • Exemplos: porque, visto que, como, já que, uma vez que, porquanto, dado que, pois (posposto ao verbo).

  • Exemplo em frase: Ele foi reprovado porque não estudou. (A reprovação é a consequência da falta de estudo.)

2. Concessivas: Introduzem uma oração que expressa um fato contrário ao da oração principal, mas que não impede sua realização. Mostram uma concessão, uma oposição que não anula a ação principal.

  • Exemplos: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que, por mais que.

  • Exemplo em frase: Embora estivesse chovendo, fomos à praia. (A chuva é um obstáculo, mas a ida à praia ocorreu mesmo assim.)

3. Condicionais: Expressam uma condição necessária para que se realize o fato da oração principal. Indicam uma dependência: algo só ocorrerá se uma condição for satisfeita.

  • Exemplos: se, caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que.

  • Exemplo em frase: Se você estudar, será aprovado. (A aprovação depende do estudo.)

4. Comparativas: Estabelecem uma comparação entre o fato expresso na oração subordinada e o da oração principal.

  • Exemplos: como, que (precedido de “mais”, “menos”, “tanto”, “melhor”, “pior”), tal qual, assim como, que nem.

  • Exemplo em frase: Ele é tão inteligente quanto o irmão. (Faz-se uma comparação entre a inteligência dos dois irmãos.)

5. Finais: Indicam a finalidade, o objetivo ou o propósito da ação expressa na oração principal.

  • Exemplos: para que, a fim de que, porque (com sentido de finalidade), que.

  • Exemplo em frase: Estudei muito para que pudesse passar no exame. (O estudo tinha como finalidade a aprovação.)

6. Proporcionais: Expressam uma relação de proporcionalidade entre os fatos das duas orações. Um fato varia na mesma proporção que o outro.

  • Exemplos: à medida que, à proporção que, quanto mais… mais, quanto menos… menos.

  • Exemplo em frase: À medida que o tempo passava, a situação piorava. (O tempo passando e a situação piorando são proporcionais.)

7. Temporais: Indicam o tempo em que ocorre o fato da oração principal. Localizam a ação principal no tempo.

  • Exemplos: quando, enquanto, logo que, assim que, depois que, antes que, desde que, até que.

  • Exemplo em frase: Quando cheguei, todos já haviam saído. (A chegada é localizada no tempo em relação à saída de todos.)

8. Consecutivas: Expressam a consequência ou o resultado do que se afirma na oração principal. Indicam o efeito de uma ação.

  • Exemplos: que (precedido de “tal”, “tanto”, “tão”), de modo que, de maneira que, de sorte que, de forma que.

  • Exemplo em frase: Estava tão cansado que dormiu imediatamente. (O cansaço teve como consequência o sono imediato.)

9. Integrantes: Introduzem orações que complementam o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio da oração principal, geralmente funcionam como sujeito ou objeto. Não expressam uma relação de dependência circunstancial.

  • Exemplos: que, se.

  • Exemplo em frase: Espero que ele venha. (A oração “que ele venha” completa o sentido do verbo “espero”.)

Compreender a classificação das conjunções subordinativas é fundamental para a interpretação e a produção de textos coesos e coerentes. A análise cuidadosa do contexto é crucial para identificar corretamente o tipo de relação semântica estabelecida entre as orações. Esta classificação, embora tradicional, oferece um arcabouço sólido para a análise sintática e semântica de frases complexas, permitindo uma compreensão mais profunda da riqueza e da complexidade da língua portuguesa.