Como devem ser as regras da ABNT?

Desmistificando a ABNT: Para Além das Regras Básicas, Uma Busca Pela Clareza e Funcionalidade

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) frequentemente evoca sentimentos que variam entre o pavor e a resignação em estudantes, pesquisadores e profissionais. Vista como um conjunto intrincado de regras, a ABNT, em sua essência, visa organizar e padronizar a produção acadêmica e técnica, facilitando a comunicação e a disseminação do conhecimento. Mas, será que a preocupação com a formatação precisa ser sinônimo de complicação excessiva?

Embora a padronização da ABNT, como o uso do papel A4 com margens específicas (3 cm superior/esquerda e 2 cm inferior/direita), a escolha da fonte (Arial ou Times New Roman tamanho 12), o espaçamento entre linhas de 1,5, o alinhamento justificado e o recuo de parágrafo de 1,25 cm, ofereçam uma base para a organização visual, é crucial repensar o foco exclusivo nesses aspectos. O objetivo principal deveria ser a clareza e a funcionalidade do texto, e não a mera reprodução de um formato pré-determinado.

Para além da formatação: O que realmente importa

A obsessão com a formatação pode, por vezes, obscurecer o conteúdo em si. É fundamental lembrar que a ABNT é um meio, e não um fim. Um trabalho impecavelmente formatado, mas com conteúdo fraco ou plagiado, perde seu valor. Assim, as regras da ABNT deveriam ser encaradas como ferramentas para auxiliar na organização das ideias, e não como obstáculos a serem superados.

Repensando as regras da ABNT: Propostas para uma abordagem mais eficiente

1. Priorizar a clareza e a objetividade: A ABNT deveria incentivar a utilização de uma linguagem clara, concisa e objetiva, que facilite a compreensão do leitor. Evitar jargões desnecessários e construções gramaticais complexas seria um grande avanço.

2. Flexibilizar as regras de formatação: Em vez de manter uma rigidez excessiva nas normas de formatação, a ABNT poderia considerar a flexibilização de alguns aspectos, permitindo que o autor tenha maior liberdade para adaptar o formato às necessidades específicas do trabalho. Por exemplo, a escolha da fonte poderia ser expandida para além da Arial e Times New Roman, desde que a fonte escolhida garanta a legibilidade do texto.

3. Investir em ferramentas e templates: A ABNT poderia disponibilizar ferramentas e templates online que automatizem a formatação, liberando o autor para se concentrar no conteúdo. Esses recursos poderiam ser integrados a softwares de edição de texto, como o Microsoft Word e o Google Docs, facilitando o processo de formatação.

4. Promover a educação sobre a ABNT: A ABNT deveria investir em programas de educação e treinamento que desmistifiquem as regras e ensinem os autores a utilizá-las de forma eficiente. Esses programas poderiam incluir workshops, tutoriais online e materiais de apoio.

5. Atualização constante e alinhamento com padrões internacionais: A ABNT precisa se manter atualizada com as novas tecnologias e as tendências da produção acadêmica e técnica. Além disso, é importante que as normas da ABNT estejam alinhadas com os padrões internacionais, facilitando a comunicação e a colaboração entre pesquisadores de diferentes países.

Conclusão: A ABNT a serviço do conhecimento

Em vez de ser vista como um bicho-papão, a ABNT pode e deve ser uma ferramenta útil para a organização e a disseminação do conhecimento. Ao repensar as regras e priorizar a clareza, a objetividade e a funcionalidade, podemos transformar a ABNT em uma aliada na produção acadêmica e técnica. O objetivo final deve ser sempre facilitar a comunicação e o acesso ao conhecimento, e não criar barreiras desnecessárias. A ABNT precisa evoluir para atender às necessidades de um mundo cada vez mais dinâmico e conectado, garantindo que a informação seja acessível e compreensível para todos.