Como dizer deficiente?
Antes da década de 1980, termos como aleijado, defeituoso, incapacitado e inválido eram comuns. A partir de 1981, impulsionado pelo Ano Internacional das Pessoas Deficientes, a expressão pessoa deficiente passou a ser empregada, marcando uma mudança significativa na linguagem inclusiva. A nova terminologia refletiu uma crescente conscientização e respeito pelas pessoas com deficiência.
Como falar sobre deficiência: um guia para uma comunicação respeitosa
A maneira como nos referimos às pessoas com deficiência reflete nossa compreensão e respeito por sua individualidade. Ao longo da história, a linguagem utilizada para descrever a deficiência evoluiu, passando por termos muitas vezes pejorativos e estigmatizantes para expressões mais inclusivas e humanizadas. Entender essa evolução é crucial para promover uma comunicação respeitosa e evitar o uso de linguagem ofensiva.
Antes da década de 1980, era comum o uso de termos como “aleijado”, “inválido”, “defeituoso” e “incapacitado”. Esses termos, carregados de conotações negativas, focavam na limitação física ou mental, reduzindo a pessoa à sua deficiência e desconsiderando suas outras características e potencialidades. Eles reforçavam uma perspectiva de carência e dependência, perpetuando preconceitos e estigmas.
A partir de 1981, com o Ano Internacional das Pessoas Deficientes, a expressão “pessoa com deficiência” ganhou força, representando um marco na busca por uma linguagem mais inclusiva. Essa mudança significativa na terminologia reflete uma crescente conscientização de que a deficiência é apenas uma característica da pessoa, não a define por completo, e que o foco deve estar na pessoa em sua totalidade. A preposição “com” enfatiza a inclusão, mostrando que a deficiência é parte da vida da pessoa, mas não a sua totalidade.
No entanto, a simples substituição de termos antigos por “pessoa com deficiência” não garante automaticamente uma comunicação respeitosa. É fundamental considerar o contexto e a preferência individual. Algumas pessoas podem se identificar com o termo “deficiente”, enquanto outras preferem termos mais específicos, como “pessoa com deficiência visual”, “pessoa com deficiência auditiva” ou “pessoa com mobilidade reduzida”. A melhor prática é sempre buscar conhecer a preferência da pessoa em questão, e, na ausência dessa informação, optar por uma linguagem neutra e respeitosa que privilegie a pessoa em sua integralidade.
Para evitar equívocos, algumas recomendações importantes são:
- Priorizar a pessoa: Em vez de “o deficiente”, diga “a pessoa com deficiência”. O foco deve estar na pessoa, não na sua condição.
- Usar linguagem positiva: Evitar termos que carreguem conotações negativas, como “sofre de…”, “acometido por…”.
- Evitar expressões eufemísticas: Termos como “portador de necessidades especiais” são frequentemente considerados eufemismos vazios e até mesmo paternalistas.
- Utilizar a linguagem inclusiva: Considerar a possibilidade de usar termos como “todos nós”, “as pessoas”, em vez de separar as pessoas com deficiência do restante da população.
- Respeitar a autodesignação: A forma como a pessoa se identifica é a mais importante.
Em resumo, comunicar-se de forma respeitosa sobre a deficiência exige sensibilidade, atenção e respeito pela individualidade de cada pessoa. A linguagem inclusiva é uma ferramenta fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos. A contínua reflexão sobre nossa linguagem e a busca por uma comunicação empática são passos cruciais para a efetiva inclusão social.
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