É correto falar pessoa com deficiência auditiva?

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O termo mais adequado para se referir a indivíduos com perda total de audição é surdo. A expressão pessoa com deficiência auditiva pode ser usada em contextos mais amplos, mas surdo é mais preciso. É importante evitar o termo surdo-mudo, pois a maioria dos surdos não tem problemas com a fala, apenas utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como forma de comunicação.

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A importância da linguagem inclusiva: como falar sobre pessoas com perda auditiva?

A comunicação precisa e respeitosa é fundamental em qualquer contexto, e a forma como nos referimos a pessoas com deficiência não é exceção. No caso da perda auditiva, a escolha das palavras pode refletir preconceitos e desconsiderar a diversidade da experiência surda. A pergunta “É correto falar ‘pessoa com deficiência auditiva’?” merece uma análise cuidadosa, pois a resposta não é simplesmente sim ou não.

A expressão “pessoa com deficiência auditiva” é ampla e abrangente. Ela engloba um vasto espectro de pessoas com diferentes níveis de perda auditiva, desde perdas leves, que podem ser corrigidas com aparelhos auditivos, até perdas profundas, que impossibilitam a percepção de sons sem auxílio tecnológico. Neste sentido, a expressão é inclusiva, pois abarca todas essas realidades. Entretanto, sua generalização pode obscurecer a identidade e a cultura surda.

Para indivíduos com perda auditiva profunda, que não conseguem compreender a fala mesmo com aparelhos auditivos, o termo “surdo” é geralmente mais preciso e, para muitos, preferível. A surdez, nesse contexto, não é vista como uma deficiência, mas sim como uma diferença, uma identidade cultural rica e com sua própria língua – a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ser surdo é pertencer a uma comunidade com valores, tradições e uma forma única de comunicação.

A utilização do termo “surdo” não implica, de forma alguma, que a pessoa seja incapaz ou inferior. Pelo contrário, reconhece a sua pertença a uma cultura vibrante e a sua fluência em Libras, uma língua visual-espacial tão complexa e rica quanto qualquer língua oral.

É crucial, contudo, evitar o termo “surdo-mudo”. Este termo é considerado pejorativo e desatualizado, pois a maioria das pessoas surdas não tem problemas de fala, apenas não utilizam a fala como principal forma de comunicação, optando pela Libras. A utilização dessa expressão reforça estereótipos negativos e ignora a capacidade de comunicação e expressão dos surdos.

Em resumo, a escolha do termo mais apropriado depende do contexto. “Pessoa com deficiência auditiva” é adequada em contextos amplos e gerais, enquanto “surdo” é mais preciso e respeitoso quando se refere a indivíduos com perda auditiva profunda e que se identificam com a cultura surda. O importante é sempre optar por uma linguagem que valorize a identidade e a experiência individual, evitando termos que possam ser considerados pejorativos ou estigmatizantes. A sensibilidade e o respeito são elementos cruciais na busca por uma comunicação verdadeiramente inclusiva.