Como formar uma frase passiva?

Desvendando a Frase Passiva: Uma Abordagem Prática

A frase passiva, ao contrário da frase ativa, destaca quem recebe a ação, em vez de quem a executa. Entender sua formação é crucial para uma escrita mais rica e precisa. A chave está no uso do verbo auxiliar “ser” conjugado no tempo verbal desejado, acompanhado do particípio passado do verbo principal. Mas há nuances que merecem atenção para evitar construções ambíguas ou incorretas.

A Fórmula Básica:

A estrutura mais comum da frase passiva segue um padrão simples:

Sujeito (paciente) + Verbo auxiliar “ser” (concordando com o sujeito) + Particípio passado do verbo principal + Agente da passiva (opcional).

Vejamos um exemplo:

• Ativa: O extraterrestre visitou o planeta Terra. (Quem executa a ação: extraterrestre)
• Passiva: O planeta Terra foi visitado pelo extraterrestre. (Quem recebe a ação: planeta Terra)

Neste exemplo, “o planeta Terra” é o sujeito paciente, “foi” é o verbo auxiliar “ser” conjugado no pretérito perfeito do indicativo, “visitado” é o particípio passado do verbo “visitar”, e “pelo extraterrestre” é o agente da passiva, indicando quem realizou a ação.

Agente da Passiva: Presente ou Ausente?

A presença do agente da passiva é opcional. Se for omitido, a frase permanece passiva, mas a ênfase recai exclusivamente sobre quem sofre a ação.

• Com agente da passiva: A torta foi assada pela minha avó.
• Sem agente da passiva: A torta foi assada. (A ênfase está na torta, e não em quem a assou).

A omissão do agente da passiva é frequente quando se desconhece o agente, ou quando ele é irrelevante para o contexto.

Tempo Verbal e Concordância:

A conjugação do verbo auxiliar “ser” define o tempo verbal da frase passiva. É crucial que ele concorde em número e pessoa com o sujeito paciente.

• Presente: A casa é pintada anualmente.
• Pretérito perfeito: O livro foi lido em apenas um dia.
• Futuro do presente: O trabalho será concluído amanhã.
• Pretérito imperfeito: A música era ouvida por todos.

Verbos com Particípio Irregular:

Alguns verbos possuem particípio irregular (ex: fazer – feito; dizer – dito; ver – visto). É fundamental utilizar a forma correta do particípio para evitar erros gramaticais.

A Passiva Sintética (ou pronominal):

Existe também a passiva sintética, que utiliza o pronome apassivador “se” e o verbo na terceira pessoa do singular ou plural, concordando com o sujeito paciente. Este tipo de construção é frequentemente usada com verbos transitivos indiretos.

• Passiva analítica: As regras foram obedecidas pelos alunos.
• Passiva sintética: Obedeceram-se às regras. (Sujeito: regras)

Conclusão:

A formação da frase passiva, embora pareça simples à primeira vista, exige atenção à concordância verbal, à escolha adequada do particípio e à decisão consciente sobre a inclusão ou não do agente da passiva. Domínio desses aspectos garante clareza e precisão na comunicação escrita. A prática é fundamental para internalizar essas regras e utilizá-las com naturalidade.