Como não errar na concordância verbal?

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Para evitar erros de concordância verbal, preste atenção ao sujeito, especialmente ao verbo ser. Concorde o verbo com o núcleo do sujeito, e lembre-se da concordância com o verbo haver em sentido existencial e com a partícula se. Também é crucial entender a concordância com o pronome relativo que.

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Acerte a Concordância Verbal: Um Guia Prático para Escrita Sem Erros

A concordância verbal, ou seja, a harmonia entre o verbo e o sujeito da oração, é uma pedra no sapato de muitos falantes e escritores da língua portuguesa. Erros nessa área comprometem a clareza e a formalidade do texto, transmitindo uma imagem de descuido com a língua. Mas com atenção e prática, é possível dominar essa regra e escrever com mais segurança e precisão. Este artigo traz dicas práticas e exemplos para te ajudar a evitar os erros mais comuns.

1. Identifique o Sujeito: A Chave para a Concordância

Antes de qualquer coisa, localize o sujeito da oração. É ele que determina a flexão do verbo. O sujeito pode ser simples (um único núcleo) ou composto (dois ou mais núcleos).

  • Sujeito Simples: O cão lateu alto. (Verbo concorda com “cão” – 3ª pessoa do singular)
  • Sujeito Composto: O cão e o gato latiram e miaram. (Verbo concorda com os dois núcleos – 3ª pessoa do plural)

Atenção especial ao sujeito oculto: Às vezes, o sujeito não está expresso na frase, mas pode ser facilmente identificado pelo contexto. Nesses casos, o verbo deve concordar com o sujeito oculto. Exemplo: Cheguei cedo ao trabalho. (Sujeito oculto: eu)

2. O Verbo “Ser”: Um Caso à Parte

O verbo “ser” apresenta algumas peculiaridades na concordância. Em algumas situações, ele concorda com o predicativo e não com o sujeito. Observe os exemplos:

  • Concordância com o sujeito: A verdade são as palavras sinceras. (Sujeito “palavras” no plural)
  • Concordância com o predicativo: Duas semanas é pouco tempo para concluir o projeto. (Predicativo “duas semanas” – expressão de tempo – no plural, mas o verbo concorda com o numeral “duas”.)

3. O Verbo “Haver” em Sentido Existencial:

Quando o verbo “haver” é empregado no sentido de existir, ocorrer, achar-se, ele permanece invariável na 3ª pessoa do singular, mesmo com o sujeito no plural.

  • Havia muitos livros na estante. (Não se diz: Haviam muitos livros…)
  • Deve haver diversas soluções para o problema.

4. A Partícula “Se”: Índice de Indeterminação do Sujeito ou Pronome Apassivador?

A partícula “se” pode funcionar como índice de indeterminação do sujeito ou como pronome apassivador. A distinção é crucial para a concordância verbal:

  • Índice de indeterminação do sujeito: O verbo fica na 3ª pessoa do singular. Exemplo: Precisa-se de funcionários qualificados. (Sujeito indeterminado)
  • Pronome apassivador: O verbo concorda com o sujeito paciente (que está na voz passiva sintética). Exemplo: Vendem-se casas. (Sujeito “casas” – plural, verbo “vendem” no plural)

5. Concordância com o Pronome Relativo “Que”:

O verbo concorda com o antecedente do pronome relativo “que”.

  • Foram eles que fizeram o trabalho. (Verbo “fizeram” concorda com “eles”)
  • Foi ela que resolveu o problema. (Verbo “resolveu” concorda com “ela”)

Conclusão:

Dominar a concordância verbal exige prática e atenção aos detalhes. Ao escrever, lembre-se de identificar o sujeito da oração, atentar para as particularidades do verbo “ser” e do verbo “haver”, e diferenciar o uso da partícula “se”. A prática constante e a leitura atenta são seus melhores aliados para evitar erros e aprimorar sua escrita. Com dedicação, você conquistará a fluência e a precisão na concordância verbal, elevando a qualidade de seus textos.