Como saber se o verbo precisa de preposição?

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O verbo gostar exige a preposição de para indicar o objeto de afeição. Se o objeto vem acompanhado de uma preposição, como de, ele é indireto e o verbo é transitivo indireto. Isso acontece porque a ação verbal não recai diretamente sobre o objeto, mas sim sobre o que ele representa.

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A Preposição e o Verbo: Uma Questão de Transitividade

A dúvida sobre a necessidade de preposição após um verbo é frequente, especialmente para quem está aprendendo a língua portuguesa. A resposta não é simples e se baseia na compreensão da transitividade verbal – ou seja, a relação do verbo com seu complemento. Verbos transitivos precisam de um complemento para completarem o seu sentido, enquanto verbos intransitivos não o exigem. A preposição, nesse contexto, indica a natureza dessa relação.

A questão central é: o verbo exige a preposição para se ligar ao seu complemento? Se sim, o verbo é transitivo indireto, e a preposição faz parte da sua regência. Se não, e o complemento o completa diretamente, o verbo é transitivo direto. Há ainda os verbos intransitivos, que não precisam de complemento algum.

Vamos desmembrar isso com exemplos e observações práticas:

1. Verbos Transitivos Indiretos: Estes verbos exigem a preposição para ligar-se ao seu complemento (objeto indireto). A preposição não é uma escolha arbitrária; ela é inerente ao significado do verbo.

  • Gostar: Gosto de música. (A preposição “de” é essencial. “Gosto música” é incorreto.)
  • Precisar: Preciso de ajuda. (“Preciso ajuda” está gramaticalmente incorreto.)
  • Aspirar: No sentido de desejar, aspira a um cargo melhor. (Observe que “aspirar” pode ser transitivo direto quando significa “inspirar” – “Aspirou o ar puro.”)
  • Concordar: Concordo com você. (“Concordo você” é incorreto.)
  • Informar: Informei-o sobre o ocorrido. (“Informei-o o ocorrido” está incorreto.)

2. Verbos Transitivos Diretos: Esses verbos não precisam de preposição para se ligar ao complemento (objeto direto). A ação verbal recai diretamente sobre ele.

  • Ler: Li um livro. (Não há preposição entre “li” e “um livro”.)
  • Comer: Comi um bolo. (Não há preposição entre “comi” e “um bolo”.)
  • Escrever: Escrevi uma carta. (Não há preposição entre “escrevi” e “uma carta”.)

3. Verbos Intransitivos: Estes verbos não precisam de complemento para terem significado completo.

  • Dormir: Ele dormiu profundamente. (Não há complemento necessário.)
  • Chover: Choveu muito ontem. (Não há complemento necessário.)
  • Morrer: Meu avô morreu. (Não há complemento necessário.)

Como identificar a necessidade de preposição?

A melhor forma de saber se um verbo exige preposição é consultar um dicionário ou gramática. Observe também o uso em contextos similares. A prática e a leitura constante contribuem significativamente para internalizar a regência verbal. Experimente substituir o verbo por sinônimos. Se a preposição se mantiver, é um forte indício de que ela é parte integrante da regência verbal.

Atenção às ambiguidades:

Alguns verbos podem ter diferentes regências dependendo do seu significado. Por exemplo, o verbo “assistir” pode ser transitivo direto (assistir um jogo) ou transitivo indireto (assistir aos necessitados). A atenção ao contexto é fundamental para a interpretação correta.

Em resumo, a necessidade de preposição após um verbo está intrinsecamente ligada à sua transitividade e regência. A consulta a gramáticas e dicionários, aliada à prática e observação da língua, é crucial para dominar essa regra fundamental da língua portuguesa.