Como são classificadas as pesquisas?

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Pesquisas científicas podem ser qualitativas, quantitativas ou mistas, combinando ambas as abordagens. A escolha da classificação ideal depende da área de estudo, do objeto em análise e dos objetivos específicos da pesquisa.

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Além da Tricotomia: Uma Visão Mais Nuanciada da Classificação de Pesquisas

A classificação de pesquisas científicas, frequentemente apresentada como uma simples dicotomia entre qualitativa e quantitativa (ou uma tricotomia ao incluir a mista), é na verdade um sistema muito mais rico e complexo. A escolha da melhor abordagem metodológica não se resume a uma simples escolha entre números e palavras, mas sim a uma profunda compreensão do problema de pesquisa e dos objetivos desejados. Este artigo pretende aprofundar essa discussão, indo além da classificação superficial para explorar as nuances que permeiam a organização das pesquisas.

A classificação tradicional, que divide as pesquisas em qualitativas, quantitativas e mistas, apresenta algumas limitações. Embora útil como ponto de partida, ela pode obscurecer a diversidade de abordagens metodológicas existentes. Por exemplo, dentro da pesquisa quantitativa, podemos encontrar estudos experimentais, quase-experimentais, correlacionais, descritivos, entre outros. Da mesma forma, a pesquisa qualitativa abrange uma vasta gama de métodos, incluindo entrevistas, observações participantes, análise de discurso, estudos de caso, e assim por diante.

A escolha entre uma abordagem qualitativa ou quantitativa depende, crucialmente, do tipo de pergunta de pesquisa. Pesquisas que buscam explorar a profundidade de uma experiência, entender significados e interpretações, ou gerar hipóteses, tendem a se beneficiar de métodos qualitativos. Já pesquisas que buscam medir a frequência de um fenômeno, testar hipóteses, generalizar resultados para uma população maior, ou quantificar relações entre variáveis, geralmente empregam métodos quantitativos.

A pesquisa mista, por sua vez, busca integrar os pontos fortes de ambas as abordagens, utilizando métodos qualitativos e quantitativos de forma complementar e integrada. Essa abordagem, porém, requer um planejamento cuidadoso, para garantir a coerência e a articulação entre os dados coletados. Não se trata simplesmente de aplicar métodos quantitativos e qualitativos em sequência, mas sim de integrá-los de forma significativa, para enriquecer a compreensão do fenômeno estudado.

Além dessa classificação primária, as pesquisas podem ser categorizadas de outras maneiras, considerando aspectos como:

  • O objetivo da pesquisa: Exploratória, descritiva, explicativa ou preditiva.
  • O tempo de coleta de dados: Transversal ou longitudinal.
  • O ambiente de estudo: Laboratorial, de campo ou virtual.
  • A natureza da intervenção: Experimental, quase-experimental ou não-experimental.
  • A fonte de dados: Primária ou secundária.

Concluindo, a classificação de pesquisas é um processo multifacetado que requer uma análise criteriosa do problema de pesquisa e dos objetivos propostos. A simples categorização em qualitativa, quantitativa ou mista, embora útil, é insuficiente para capturar a riqueza e complexidade das diversas abordagens metodológicas disponíveis. Uma compreensão mais aprofundada dessas diferentes dimensões é essencial para o planejamento e a execução de pesquisas científicas rigorosas e relevantes.