Em que circunstâncias um pai pode deserdar um filho?

Deserdar um filho… só de pensar nisso me arrepio toda. Será que um pai consegue mesmo fazer isso? E se o filho tivesse feito algo imperdoável? A lei, pelo menos em teoria, define algumas situações. Dizem que se o filho for condenado por um crime grave, tipo, sei lá, com mais de seis meses de cadeia, e esse crime for contra o próprio pai, a mãe, o cônjuge, os avós, os netos… ou até mesmo filhos adotivos, aí sim, pode haver essa possibilidade. Tem que ser um crime “doloso”, ou seja, com intenção. Não vale um acidente, né? Um erro sem maldade.

Mas, sinceramente, seis meses de cadeia…parece pouco para justificar tamanha decisão, não acham? Lembro-me da minha prima, a Carla. Ela teve problemas sérios com drogas, roubou algumas coisas…nada contra o pai dela, felizmente, mas a família inteira sofreu horrores. Ela chegou a ficar presa, mas menos de seis meses. A família toda a ajudou, mas se a situação tivesse sido pior…aí, pensei várias vezes no que o pai dela teria feito. Deserdar? Talvez, não sei… É tão doloroso…

E se o filho cometesse um crime sem intenção? Tipo, um acidente de carro, que causou danos a um familiar. Aí, complica, né? A lei é bem específica em relação ao “dolo”. Tem que ter sido de propósito, com intenção de causar dano. Isso é o que a lei diz. Mas a justiça… muitas vezes não é só a lei, entende? É a dor, a falta de perdão, a raiva… são tantas coisas, tantos sentimentos. E o que pesa mais?

Sei lá, é um assunto complicado. Não é só um número de meses de prisão. São anos de relação, amor, decepção… uma vida inteira resumida num artigo de lei. Me dá uma angústia só de pensar em como a vida pode ser complexa, e a lei, às vezes, parece tão fria e distante da realidade. A vida não é um cálculo matemático, é muito mais… muito, muito mais do que isso.