Como são divididos os classificadores em línguas de sinais?

A Múltipla Faceta dos Classificadores em Línguas de Sinais: Uma Exploração Categorial

As línguas de sinais, ricas em sua expressividade visual-espacial, utilizam os classificadores como ferramentas essenciais para descrever objetos, pessoas e ações no espaço de sinalização. Diferentemente das línguas orais, que recorrem a adjetivos e substantivos para essa função, os classificadores em línguas de sinais são gestos configuracionais das mãos que incorporam informações sobre a forma, tamanho, textura e outras propriedades dos itens referenciados. Mas como esses poderosos recursos linguísticos são categorizados?

A classificação dos classificadores não é uniforme entre todas as línguas de sinais, apresentando variações regionais e até mesmo divergências entre pesquisadores. Contudo, uma estrutura categorial amplamente aceita e utilizada como base para análise propõe a divisão em sete categorias principais:

1. Classificadores de Material: Essa categoria descreve a composição ou material de um objeto. Imagine descrever uma cadeira de madeira versus uma de metal. O classificador empregado sinalizaria não apenas a forma da cadeira, mas também a sensação e a aparência do material que a compõe, através de movimentos e configurações manuais que sugerem a textura e a rigidez da madeira ou o brilho e a dureza do metal.

2. Classificadores de Forma: A forma é uma característica fundamental na descrição de objetos. Classificadores desta categoria representam formas geométricas básicas (círculo, quadrado, triângulo) ou formas mais complexas, como a de um carro ou um animal. A configuração da mão mimetiza diretamente a forma do objeto em questão.

3. Classificadores de Consistência: Esta categoria foca na textura e na consistência de um objeto ou material. Por exemplo, sinalizar areia, água ou massa de pão necessitaria de classificadores que transmitam a fluidez da água, a granulosidade da areia ou a maleabilidade da massa, através de movimentos específicos que reproduzem essas propriedades.

4. Classificadores de Tamanho: A dimensão do objeto é crucial para sua descrição completa. Classificadores de tamanho indicam o tamanho relativo de um objeto em comparação com outros ou com o próprio sinalizante, utilizando a proporção e o movimento das mãos para representar tamanhos grandes, pequenos, altos ou baixos.

5. Classificadores de Localização: Além das características intrínsecas, a localização espacial de um objeto é vital. Esta categoria inclui classificadores que indicam a posição de um objeto no espaço, sua orientação e seu movimento. Eles orientam o interlocutor para a localização e deslocamento do objeto em cena.

6. Classificadores de Arranjo: Esta categoria descreve a disposição espacial de vários objetos. Como exemplo, descrever livros empilhados na estante requer um classificador que represente a disposição vertical e organizada dos livros, enquanto outros classificadores poderiam ser usados para livros espalhados sobre uma mesa.

7. Classificadores de Quantidade: Apesar de não descreverem características físicas, os classificadores de quantidade são importantes para especificar a pluralidade de itens. Ao invés de repetir o sinal para cada objeto individualmente, estes classificadores indicam a quantidade de objetos através de movimentos repetitivos ou da configuração manual que sugere a multiplicação.

É importante notar que estas categorias não são mutuamente exclusivas; frequentemente, um único classificador pode incorporar informações de múltiplas categorias simultaneamente. A flexibilidade e riqueza dos classificadores nas línguas de sinais demonstram a sofisticação e a expressividade dessas línguas, permitindo uma descrição detalhada e eficiente do mundo ao redor. A pesquisa contínua na área busca uma compreensão ainda mais profunda da complexidade e da variação desses sistemas categóricos fascinantes.