Como se chama a linguagem gestual em Portugal?

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Em Portugal, a comunicação gestual da comunidade surda se dá majoritariamente através da Língua Gestual Portuguesa (LGP). Esta língua visual utiliza gestos sistematizados, envolvendo movimentos manuais, corporais e expressões faciais, para transmitir informações de forma eficiente e natural. A LGP é reconhecida e estudada por instituições como a GPI da Universidade do Minho.

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A Língua Gestual Portuguesa: Mais do que gestos, uma língua rica e viva

A comunicação é fundamental para a interação humana, e para a comunidade surda portuguesa, a forma primária de comunicação é a Língua Gestual Portuguesa (LGP). Mais do que um simples conjunto de gestos, a LGP é uma língua completa, com sua própria gramática, sintaxe e semântica, tão rica e complexa quanto qualquer língua oral. Ela não é uma transcrição literal do português falado, mas sim um sistema de comunicação visual autônomo, capaz de expressar nuances e sutilezas inerentes à linguagem humana.

Ao contrário do que muitos pensam, a LGP não é um dialeto ou variação de outras línguas gestuais, como a Língua Gestual Brasileira (Libras) ou a Língua de Sinais Americana (ASL). Apesar de haver algumas semelhanças superficiais entre as diferentes línguas gestuais, decorrentes de influências históricas e geográficas, a LGP possui uma estrutura gramatical e léxico próprios, desenvolvidos organicamente pela comunidade surda portuguesa ao longo de gerações. Esta independência linguística reforça a importância do seu reconhecimento e valorização como patrimônio cultural e linguístico do país.

A comunicação na LGP envolve uma combinação precisa de movimentos das mãos, expressões faciais, movimentos do corpo e da cabeça. A posição das mãos, a orientação das palmas, a velocidade e a intensidade dos gestos, bem como as expressões faciais, todas contribuem para o significado da mensagem transmitida. Essa riqueza expressiva permite uma comunicação fluida e natural, capaz de transmitir emoções, ideias complexas e informações detalhadas com a mesma eficácia que uma língua oral.

A crescente conscientização sobre a importância do reconhecimento e da valorização da LGP tem impulsionado esforços para a sua preservação, ensino e aprendizagem. Instituições como o Grupo de Pesquisa em Interpretação (GPI) da Universidade do Minho desempenham um papel crucial na pesquisa, formação de intérpretes e desenvolvimento de recursos educativos relacionados à LGP. A sua contínua investigação contribui para um melhor entendimento da estrutura linguística da LGP e para a criação de materiais que apoiam o seu ensino e aprendizagem, promovendo a inclusão e a plena participação da comunidade surda na sociedade portuguesa.

Em suma, a Língua Gestual Portuguesa é muito mais do que uma simples forma de comunicação; é uma língua vibrante, com uma história própria e uma identidade cultural única. O seu reconhecimento como língua oficial, assim como o investimento na sua promoção e desenvolvimento, são cruciais para garantir os direitos linguísticos da comunidade surda e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e justa.