O que acontece na fase de latência?

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Durante a fase de latência, que se situa entre as fases fálica e genital do desenvolvimento psicossexual, observa-se uma relativa diminuição dos impulsos sexuais infantis. Este período, compreendido aproximadamente entre os seis e dez anos, marca uma transição importante da sexualidade infantil para a organização sexual adulta, com foco no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas.

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A Calmaria Antes da Tempestade: Desvendando a Fase de Latência

A fase de latência, frequentemente descrita como um período de “calmaria” no desenvolvimento psicossexual, é um estágio crucial entre a exuberância da fase fálica e a iminente chegada da fase genital. Compreendida, em linhas gerais, entre os seis e os dez anos de idade, ela marca não uma ausência de sexualidade, mas sim uma transformação na maneira como a energia libidinal se manifesta. Em vez do foco direto nos órgãos genitais e nas explorações da fase fálica, a criança direciona seus impulsos para outras áreas, construindo alicerces para a vida adulta.

É importante desmistificar a ideia de que a latência representa uma “dormência” sexual. A pulsão sexual não desaparece, mas é sublimada, canalizada para atividades socialmente aceitas e construtivas. A criança investe sua energia em aprendizados escolares, desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas, construção de laços de amizade e na exploração de seus talentos. Imagine uma panela de pressão: a energia está lá, contida, mas sendo transformada em algo diferente.

A Construção do Eu Social:

A fase de latência é fundamental para o desenvolvimento do superego, a instância psíquica que representa a internalização das normas e valores sociais. A criança absorve as regras e expectativas do mundo ao seu redor, aprendendo a controlar seus impulsos e a se comportar de maneira adequada dentro de seu contexto social. Esse processo é crucial para a formação da consciência moral e da capacidade de autocontrole.

Amizades e Identificação:

As relações com os pares ganham destaque nessa fase. As amizades, geralmente com indivíduos do mesmo sexo, se tornam importantes fontes de apoio e identificação. A criança busca espelhar-se em seus amigos, compartilhando interesses, valores e experiências. Esse processo de identificação contribui para a construção da identidade individual e para o desenvolvimento do senso de pertencimento.

O Papel da Escola e da Família:

A escola desempenha um papel fundamental na fase de latência, fornecendo um ambiente estruturado para o aprendizado e a socialização. A família também continua sendo um alicerce importante, oferecendo suporte emocional e orientação. Um ambiente familiar saudável e acolhedor pode contribuir significativamente para a transição tranquila para a adolescência.

Olhando para o Futuro:

A fase de latência é um período de preparação para os desafios da puberdade e da vida adulta. As habilidades sociais, cognitivas e emocionais desenvolvidas nessa etapa serão cruciais para a formação de relacionamentos saudáveis, a construção de uma carreira profissional e a vivência plena da sexualidade adulta. Portanto, longe de ser um período de “esquecimento”, a latência é um momento de intensa construção interna, essencial para o desenvolvimento integral do indivíduo. É a calmaria antes da tempestade da adolescência, um tempo precioso de aprendizado e amadurecimento.