O que é necessário para se estruturar um texto?

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A estrutura básica de qualquer texto compreende introdução, desenvolvimento e conclusão. Para sua construção eficaz, é crucial definir previamente o gênero textual, o tema central e o tipo textual adequado (narrativo, argumentativo, injuntivo, expositivo ou descritivo), garantindo coerência e clareza na comunicação da mensagem.

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Além da Introdução, Desenvolvimento e Conclusão: Desvendando a Estruturalização Textual

A estrutura básica de um texto – introdução, desenvolvimento e conclusão – é um ponto de partida conhecido por todos. No entanto, considerá-la apenas como uma receita de bolo, sem entender os ingredientes e o processo de mistura, pode resultar em um produto final insatisfatório. Este artigo vai além da fórmula básica, explorando os elementos cruciais para estruturar um texto eficaz, que prenda a atenção do leitor e transmita a mensagem com clareza e impacto.

A simples divisão em três partes não garante a qualidade textual. A chave reside na planejamento prévio, que abrange diversos aspectos interdependentes:

1. Definição do Gênero Textual: Antes mesmo de pensar nas frases, é fundamental identificar o gênero ao qual o texto pertencerá. Um artigo científico terá estrutura e linguagem distintas de um poema, uma crônica ou um e-mail formal. O gênero dita o tom, a formalidade e, em muitos casos, até mesmo a estrutura interna. Um conto, por exemplo, pode priorizar a narrativa cronológica, enquanto um ensaio argumentativo demanda uma organização lógica de argumentos.

2. Escolha do Tema Central e Enfoque: Ter um tema claro e delimitado é essencial. Evite generalizações. “Meio ambiente” é amplo demais; “o impacto da poluição plástica nos oceanos” é muito mais preciso e permite um desenvolvimento consistente. A escolha do enfoque – o ângulo pelo qual se abordará o tema – é igualmente importante. O mesmo tema pode ser tratado sob diferentes perspectivas, gerando textos distintos.

3. Seleção do Tipo Textual: A articulação das ideias depende do tipo textual escolhido:

  • Narrativo: Prioriza a sequência de eventos, personagens e tempo. A estrutura pode ser cronológica, in medias res (começando pelo meio da ação) ou com flashbacks.
  • Argumentativo: Busca persuadir o leitor sobre um ponto de vista. Requer argumentos consistentes, exemplos e refutação de contra-argumentos. A estrutura costuma seguir um fluxo lógico, com tese, argumentos e conclusão.
  • Injuntivo: Instrui o leitor sobre como realizar uma tarefa. Utiliza verbos no imperativo e linguagem direta. A estrutura é geralmente sequencial, descrevendo os passos a serem seguidos.
  • Expositivo: Apresenta informações de forma objetiva e clara. Utiliza linguagem denotativa e busca esclarecer um assunto. A organização pode ser temática, comparativa ou sequencial.
  • Descritivo: Busca criar uma imagem vívida na mente do leitor, utilizando recursos sensoriais. A organização pode ser espacial, cronológica ou por aspectos relevantes.

4. Elaboração de um Roteiro/Esboço: Após definir gênero, tema, enfoque e tipo textual, é imprescindível elaborar um roteiro ou esboço. Esse planejamento prévio evita divagações e garante a coesão textual. Ele pode ser um simples mapa mental, uma lista de tópicos ou um esquema mais detalhado, dependendo da complexidade do texto.

5. Coerência e Coesão: A coerência garante a unidade de sentido do texto, assegurando que todas as partes contribuam para a mensagem central. A coesão, por sua vez, refere-se aos mecanismos linguísticos que conectam as partes do texto, criando uma sequência fluida e lógica. O uso adequado de conectivos, pronomes e repetições estratégicas é fundamental.

Em síntese, estruturar um texto eficaz vai além da simples divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão. Requer planejamento, clareza, coerência e a escolha consciente do gênero, tema, enfoque e tipo textual. Somente com essa abordagem integral é possível criar textos impactantes e que alcancem o objetivo pretendido.