O que é norma-padrão em um texto?

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A norma-padrão estabelece os usos linguísticos considerados ideais em contextos formais. Embora alguns vejam sua aplicação restrita à escrita, outros defendem sua aplicabilidade à fala também.

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Norma-padrão: muito além da escrita formal

A norma-padrão da língua portuguesa, frequentemente associada à escrita formal, é um conjunto de regras gramaticais, ortográficas e lexicais consideradas ideais em contextos que exigem maior formalidade e precisão. Entretanto, a sua abrangência e aplicação são temas que geram debates recorrentes, ultrapassando a simples dicotomia escrita/fala.

A ideia de “ideal” aqui merece um esclarecimento. A norma-padrão não representa uma variante superior ou mais “correta” do português, mas sim uma variedade escolhida, por convenção social e histórica, para uso em situações formais, como documentos oficiais, trabalhos acadêmicos, contratos e comunicações empresariais. Sua principal função é garantir clareza, precisão e uniformidade na comunicação, facilitando a compreensão entre diferentes falantes, mesmo que estes pertençam a regiões ou grupos sociais distintos.

A sua aplicação na escrita é, de fato, mais evidente e frequentemente exigida. Em redações escolares, teses de doutorado ou correspondências comerciais, o desvio da norma-padrão costuma ser penalizado, afetando a credibilidade e a clareza da mensagem. A coerência e a adequação à norma garantem que o texto seja percebido como profissional e competente.

No entanto, extrapolar a norma-padrão exclusivamente para a escrita é uma visão limitada. Embora sua aplicação na fala seja menos rígida e uniforme, existem contextos em que a sua observância é esperada, como apresentações públicas formais, discursos oficiais, entrevistas de emprego ou até mesmo em determinados ambientes profissionais. Nestes casos, o uso da norma-padrão contribui para a construção de uma imagem de profissionalismo e competência.

É importante destacar que a norma-padrão não é estática. Ela evolui ao longo do tempo, sofrendo influências de mudanças sociais, tecnológicas e linguísticas. A gramática normativa, que a descreve, também se adapta a essas transformações, embora essa adaptação nem sempre ocorra com a mesma velocidade das mudanças na língua falada.

Por fim, a compreensão da norma-padrão deve ir além da simples memorização de regras. É fundamental entender o seu contexto de uso, suas funções comunicativas e sua relação com as demais variedades linguísticas. Dominar a norma-padrão, portanto, não significa rejeitar outras formas de expressão, mas sim reconhecer a sua importância em contextos específicos e a sua utilidade como ferramenta de comunicação eficaz e abrangente. Saber quando e como utilizá-la é crucial para uma comunicação bem-sucedida e adequada ao contexto.