Qual é a importância da língua portuguesa em Moçambique?

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Em Moçambique, o português, apesar de oficial, gera uma situação complexa. Imagino a frustração de quem, tendo uma língua materna bantu, precisa navegar um sistema que privilegia uma norma europeia distante da sua realidade. Embora fundamental para a educação e administração, essa imposição cria barreiras e, talvez, até um sentimento de exclusão para muitos moçambicanos. É como se a própria língua, meant para unir, acabasse separando. A valorização da diversidade linguística é essencial para uma inclusão verdadeira.

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A importância do português em Moçambique? Essa pergunta mexe comigo, sabe? Porque é uma coisa tão… complicada. Eu, por exemplo, lembro-me da minha avó, mulher incrível, que falava Changana fluentemente, mas se sentia perdida num mundo onde o português era a chave para tudo. Para conseguir um emprego melhor, para ajudar os filhos na escola… Ela se esforçava tanto, coitadinha! Às vezes, ficava até frustrada, me dizia que era como tentar aprender a voar sem asas. E era uma luta diária, sabe?

O português é a língua oficial, sim. Mas será que é a nossa língua oficial de verdade? É oficial, tá no papel, mas na prática… a gente vê que a realidade é bem diferente. Acho que a maioria dos moçambicanos, assim como a minha avó, se sente um pouco… desconectada daquela norma europeia toda certinha, da gramática perfeita que a gente aprende na escola. A nossa língua, a língua da rua, a língua do nosso dia-a-dia… é outra coisa, uma mistura linda e rica de português com as nossas línguas maternas. É um português, digamos, “moçambicanizado”. E isso não é errado, é, simplesmente, a nossa realidade!

Sei que o português é importante para a educação, para o governo, para… quase tudo, né? Mas será que a gente não poderia encontrar um equilíbrio melhor? Eu li numa pesquisa, acho que eram uns 70% ou mais da população que fala uma língua bantu em casa – como é que a gente consegue realmente incluir todo mundo se a gente insiste tanto numa língua que, para muitos, é quase uma língua estrangeira? É uma pena, porque a língua, em vez de unir, às vezes parece que divide. Que cria essas barreiras, que deixa muita gente para trás.

A valorização das nossas línguas maternas, isso sim, é fundamental. Porque é através delas que a gente se conecta com a nossa história, com a nossa identidade, com as nossas raízes. Acho que a solução não é simplesmente jogar fora o português, não. Mas precisamos de um sistema que valorize a riqueza da nossa diversidade linguística, que não deixe ninguém para trás, entende? Precisa ser um espaço onde todos se sintam parte, onde todos possam se expressar livremente, na língua que mais lhes convém. Afinal, a língua não serve só para comunicar, serve para nos conectarmos com quem somos. E não podemos esquecer disso.